A DOR DA PERDA
Analisemos alguns fatos importantes:
1 - Vivendo em um país de maioria cristã acreditamos na continuação da vida após a morte.
2 - Como pessoas inteligentes e observadoras, sabemos que, cada dia que passamos nos deixa mais próximo do plano espiritual. Em outras palavras, nós morremos um pouco a cada dia.
3 - Sem dúvida, caminhamos nesse mundo rumo à desencarnação. Porém, essa certeza e todos os conhecimentos já adquiridos pelo homem, nem sempre são suficientes para acalentar o coração frente a dor da perda de um ente querido.
Uma pergunta óbvia. Por que a morte do corpo físico é vista de forma tão dolorosa pela maioria das pessoas? A resposta é complexa, mas alguns pontos podem ser destacados.
Há um atavismo religioso importante, onde a morte é encarada como perda, como derrota, como fraqueza e não da forma verdadeira, ou seja, o retorno para a vida real, de onde nós saímos antes de reencarnar.
Engraçado pensar que a cada ciclo de nascimento e morte ocorrem situações diversas nos dois planos da vida. Senão vejamos: antes de renascer na Terra, vivemos em espírito no mundo espiritual, fizemos compromissos, planos, cultivamos amizades, amores etc.... No momento do nosso nascimento sentimos medo, insegurança, e todos os nossos amigos do plano espiritual se emocionam com a nossa vinda, antecipando a saudade da separação temporária. Na Terra é o inverso. Há festa, alegria, regozijo.
Quando desencarnamos o contrário acontece. Os daqui choram e os de lá celebram.
Muito do sentimento de dor e perda vem do desconhecimento da vida espiritual. Porém, essa situação poderia ser rapidamente revertida se houvesse interesse real das pessoas em aprofundar-se em temas sobre os quais a doutrina espírita vem falando há décadas.
Quando a desencarnação nos afasta temporariamente de alguém querido, somos guiados pela dor e pelo medo da incerteza e isso nos mostra um futuro sem sentido, obscuro. A grande verdade, porém, é que podemos e devemos fazer diferente. Esse caminho não pode e não deve ser trilhado sozinho. É necessário a verdadeira humildade para encararmos, de frente, nossa dificuldade, e pedir ajuda. Ajuda a Deus, aos amigos, aos que amamos, expor de forma verdadeira e sincera as nossas angústias e aceitar ser ajudado.
Na prática clínica do dia a dia vemos pactos inconscientes de infelicidade entre os que ficaram e os que foram para o outro plano. É como se dissessem, porque você "morreu" não posso mais ser feliz. Outro fato digno de nota é que muitos sofrem calados, achando que os que estão ao seu lado, sofrem mais que ele e não suportariam mais esse sofrimento. Ledo engano. Nada é mais maldoso do que julgar as pessoas que estão ao nosso lado como incapazes de suportar conosco os problemas.
Muitas pessoas se culpam por enfraquecerem frente a esse tipo de sofrimento, como se isso fosse coisa de gente sem fé e sem conhecimento religioso. A verdade é que nesse combate diário pela nossa evolução espiritual, cada um luta com as armas (qualidades) que tem e manifesta as dificuldades de forma diferente.
"Conhecereis a verdade e ela vos libertará!", disse Jesus. Não tenha medo de enfrentar essa dificuldade, avance no crescimento espiritual, procure pessoas que possam te auxiliar, leia sobre o assunto, abra sua mente para um conhecimento que pode ser libertador. Não faça pactos com a tristeza. Lembre-se que acima de todos nós, Deus nos governa baseado nas leis do amor. Tudo está certo, na hora certa, do jeito certo. Se ainda não entendemos, isso só nos mostra o quanto somos ignorantes e pequenos. Mas o amor de Deus continua ao nosso alcance.
Muita paz a todos!Centro Espírita Bezerra de Menezes
Pensamento do dia: " se seu pai já partiu dessa para outra morada e você nada fez por ele, não fique se culpando. Seja solidário, ajude um idoso em dificuldade e, talvez, na hora de agradecer, em tom amoroso, ele lhe diga - "Obrigado meu filho." (Autor desconhecido).
Nenhum comentário:
Postar um comentário