EGOISMO – UMA DAS CHAGAS DA HUMANIDADE
O capítulo XI, de “O Evangelho segundo o Espiritismo” nos traz, em conformidade com um dos maiores mandamentos que Jesus nos deixou – “O Amar ao Próximo como a Ti Mesmo”, muito sabiamente, a seguinte frase: O egoísmo é o objetivo para o qual todos os verdadeiros cristãos devem dirigir suas armas, suas forças e sua coragem; digo coragem, porque é preciso mais coragem para vencer a si mesmo do que para vencer os outros.
A ilusão de satisfazermos os próprios interesses, em detrimento dos outros, caracteriza o nosso estado de egoísmo.
As ilusões de “tudo para mim” ou de “tudo girar em torno de mim” passa a ser um “culto ao eu” ou egolatria. Tudo isso vem do interesse individualista, que começa lá na infância, uma vez que, muitas das crianças, necessitam de atenção exclusivista dos pais, principalmente quando um segundo filho está prestes a chegar.
O medo de perder os cuidados e compensações faz com que a criança use o instinto de preservação, a fim de conservar o carinho, o afago e o amor, antes somente voltada a ela. O ser humano aprende isso e pode até continuar com alguma tendência egoística, desde que, dentro de certos limites; o exagero é que o torna prejudicial.
Conta-nos Wallace L.V. Rodrigues, no livro “ E Para o Resto de Nossas Vidas..”, que uma família tinha cinco filhos, todos pequenos, que estavam sempre a desejar um carrinho, desses próprios para as crianças brincarem. Os pais, não tendo condições financeiras para atender a todos, mas, economizando um pouco, compraram um carrinho, esclarecendo que o mesmo pertenceria a todos.
Os filhos ficaram muito contentes com o presente, mas, em breve, começaram a brigar, cada qual julgando ter primazia sobre o brinquedo. Foi então que o pai chamou-os para conversar.
- Vocês estão se desentendendo por causa do carrinho, mas poderemos resolver isso, de maneira muito simples. Durante uma semana o carrinho vai pertencer a apenas um de vocês. Os demais se ocuparão dos trabalhos da casa auxiliando sua mãe.
O plano pareceu muito bom e um sorteio foi feito para saber quem ficaria com o brinquedo em primeiro lugar. Coube a Juca esse privilégio, o que, certamente, deixou-o muito feliz.
Nos dias que se seguiram, entretanto, Juca percebeu que brincar sem os companhei-ros era muito monótono, pois, seus irmãos, trabalhando juntos, pareciam mais contentes e felizes do que ele.
De comum acordo, Juca voltou a conversar com o pai que, muito sabiamente, questionou se os irmãos sentiam-se satisfeitos trabalhando sem o Juca, tendo os irmãos respondido que não.
- Então, disse o pai, por que vocês não realizam juntos as tarefas da casa. Com o tempo que restar, pois o trabalho ficará reduzido, poderão brincar a vontade com o carrinho. Que tal ?
Acabaram-se as brigas e até hoje aqueles irmãos mantém vivo esse espírito de cooperação e de camaradagem.
Vanildo Favoretto
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