terça-feira, 29 de novembro de 2011

AMOR E PAZ

Meus queridos irmãos, minhas queridas irmãs,

Como seria maravilhoso se todos os seres encarnados na matéria pudessem desenvolver todo o amor possível em seus próprios corações.
         Digo isso, porque somente quem ama a si mesmo poderá amar o seu semelhante.
         Se tal fato ocorresse, toda a maldade, toda a violência, todo o desrespeito às leis morais e também, o excessivo apego ao que é material, enfim, quando todos entrassem em comunhão com as Leis Divinas, a Humanidade estaria saneada.
         Pois bem meus irmãos e minhas irmãs, queira o homem ou não, essa é a destinação da Terra do futuro.
         Mas como seria excelente se tais mudanças ocorressem, sem demora, e o que seria mais importante, por iniciativa e conscientização dos próprios seres encarnados.
         O amor é a mola-mestra que impulsiona todo o comportamento humano, em direção à convivência pacífica na Terra, à solidariedade, construindo, assim, a grande família espiritual, ou seja, a família universal.
         O próprio Jesus já dissera que ”...ao final, haverá um só rebanho e um só pastor”. Esse rebanho pode-se compreender, será formado a partir da modificação comportamental de seus próprios componentes.


         Entretanto, nunca se esqueçam, de que sem o amor, nada disso poderá ser conseguido.
         O amor é o cimento que liga diferentes materiais, podendo promover a adesão entre os mesmos quando ele é forte, sincero, ou, simplesmente ligar, temporariamente, quando é fraco, inseguro.
         Nesse último caso, se explicam as dissidências, as discordâncias, que poderiam ser resolvidas pela compreensão, pela reflexão e a determinação de se restabelecer a paz. É sempre o amor que termina por selar tais conflitos.
         Tenho observado, em diversas ocasiões, pessoas convidando outras, no sentido de realizarem correntes de oração, principalmente, visando auxiliar a atmosfera espiritual de governantes, a fim de deixarem de lado a beligerância, envidando esforços para o estabelecimento da paz entre os povos.
         Essa é uma grande verdade, pois todos vocês devem saber o poder da oração.
         Quando ora, a força do pensamento de uma pessoa cria um fluxo de energia mental construtiva, que é canalizada para determinado objetivo, e é sempre moldada por uma imensa dose de amor.
         Quando essa torrente fluídica é encaminhada, em nome de Deus, coloca em ação todo um conjunto de forças, como se fora o mecanismo de um relógio, que irá atuar em favor da pessoa ou do fato a que se destina.
         Imaginem, agora, se muitos de vocês se unem e fazem suas orações, visando uma mesma finalidade!
         O efeito será muito maior.
         Conforme dissemos, quando o amor é a peça principal, tudo se encaixa e Deus nosso Pai entende que seus filhos, finalmente, aprenderam a lição.
         O grande líder pacifista hindu, Mohandas Gandhi, disse, certa vez, que “...se apenas um homem desenvolvesse em si mesmo, a maior quantidade de amor, conseguiria neutralizar o ódio de milhões”.
         Com a oração ocorre fato semelhante. Orando com fervor, o pensamento elevado a Deus e, principalmente, com o coração inundado de amor, consegue-se muitos benefícios.
         É a fé, mesmo do tamanho de um grão de mostarda, movendo as montanhas das nossas preocupações, das nossas amarguras e das nossas necessidades.
         Estou sempre orando e pedindo a Deus que abençoe e ilumine todos vocês.
                                                      Irmã Ester

Mensagem psicografada recebida no Centro Espírita Bezerra de Menezes

Pensamento do dia:" Espalhe amor aonde quer que você vá. Primeiro em sua casa, dê amor a seus filhos, sua esposa ou marido. Depois, para seu vizinho de porta. Não deixe ninguém vir a você sem partir melhor ou mais feliz. Seja a expressão viva da bondade de Deus" (Madre Tereza de Calcutá).

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

GOTAS DE FELICIDADE

Há pessoas que desistem da felicidade. Renunciam, como quem renuncia a um prêmio não merecido.

Mas essa renúncia não se faz de forma consciente e clara. Ninguém diz: “A partir de agora não quero mais ser feliz”. Não. O que acontece é bem pior, pois a pessoa não se dá conta do perigo que se instalou dentro dela. Abandonar-se é afastar de si as probabilidades de momentos que poderiam ser eternos e inesquecíveis.

São tantas as marcas deixadas pelas decepções, tantas feridas que nunca chegam a cicatrizar, tanta dor latente, que o que acontece é que perdemos a capacidade de acreditar nas coisas boas.

Dizemos que amor verdadeiro não existe, que pessoas com as quais sonhamos não existem, que da vida não esperamos mais nada. Nos resignamos a viver o dia-a-dia como se não tivéssemos outra opção.
 

Não vemos mais a felicidade como objetivo, mas como oportunidade perdida de maneira irremediável. Morremos de inveja quando vemos alguém feliz, mas não tomamos a decisão de, na manhã seguinte, partirmos para a luta por uma conquista cara ao coração. Deixamos de dar valor, mesmo ao que já faz parte da vida e que contribui, de maneira ou de outra, a manter a razão da existência.

Mas felicidade não é um todo e nem tampouco algo de uma vez por todas. Felicidade são gotas de bons momentos que passamos aqui e ali, são horas agradáveis que desfrutamos com as pessoas que são importantes pra nós, são coisas que ficam gravadas no nosso coração para sempre, de forma a manter-nos de pé quando a maré estiver baixa. Raras são as pessoas que podem afirmar que nunca tiveram um momento de verdadeira felicidade.

Ricos são os que guardam esses momentos e os reavivam na hora certa. Tristes são as pessoas que os jogam fora e deixam que percam de valor, empoeirados em um recanto qualquer da vida.
Felicidade não é nenhuma recompensa, é um direito natural de todo ser humano. Se você já foi feliz um dia, mesmo que por um momento, isso pode encher seu coração de esperança. Porque o sol volta, a chuva volta, mesmo as tempestades voltam, então, os bons momentos voltam também.
                                              Letícia Thompson

Pensamento do dia: " Não permitas que pensamentos infelizes criem raizes em tua mente" (espírito Scheilla).


segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Meus queridos irmãos, minhas queridas irmãs,

         Quantas vezes, ao tomar conhecimento de fatos desagradáveis, de casos de moléstias repentinas ou mesmo, de desastres pessoais ou coletivos, os irmãos encarnados vestem a toga judicial e começam a analisar e a emitir seus julgamentos sobre a justiça dos fatos ocorridos.
         Não sei se me fiz entender! De forma mais simples, quero dizer que a lei de retorno, tão bem explicada por Kardec e que se constitui no princípio basilar da Doutrina espírita, por ele codificada, não é levada muito a sério.
         A lei de causa e efeito, que ela representa, nos ensina que a todo efeito sempre haverá uma causa justa que o originou, ou seja, que não existe efeito sem causa.
         Uma bola de borracha lançada contra a parede retornará a quem a atirou e voltará com mais força, quanto maior a energia gasta ao lançá-la.
         Assim é com o Espírito que, em função de seu livre-arbítrio, agiu da maneira que lhe pareceu mais conveniente. Durante e após a ação, com ou sem conhecimento de causa, o Espírito semeou livremente, ao seu bel prazer, esquecendo-se de que a bola lançada voltará de qualquer forma.
         Mas, a grandeza e a bondade de Deus proporciona, a todos, a oportunidade de reconhecerem o erro, arrependendo-se do mesmo e, alcançarem o perdão, desde que, se proponham, sinceramente, a refazerem sua falta. É a misericórdia Divina que nunca falha, como se diz no jargão popular...”ela tarda, mas não falta”.
         Assim sendo, meus irmãos e minhas irmãs, nunca se esqueçam, entretanto, de que o Espírito encarnado não se encontra nesta Terra somente como prisioneiro, em cumprimento de sua pena, mas também, está apto a aumentar seus conhecimentos, ampliando suas experiências, seja no bem ou no mal e, finalmente, angariando maior capacidade mental, poderá participar de seu próprio crescimento moral e espiritual.
         Quanto mais instruído e aperfeiçoado, conforme o Espírito Lázaro, em o Evangelhos segundo o Espiritismo, maiores sentimentos deverá desenvolver, lapidando, assim, seus defeitos e corrigindo imperfeições.
         Os ensinamentos do Mestre Jesus representam a chave. Não disse Ele: “buscai e achareis, pedi e obtereis, batei à porta e ela se vos abrirá?” Cabe a cada um obter essa chave.
         Espero que tenham entendido o significado de minhas palavras, pois a orientação e o amparo de todos os irmãos e irmãs na matéria é nosso objetivo principal. Essa é a missão que aceitamos. Muitos de vocês, quando aqui chegarem, poderão até ser colocados a serviço, da mesma forma que o fazemos hoje. Quando isso ocorrer, para nós será uma satisfação suprema.
         Recebam todos meus desejos de muita paz e felicidade pois, somente um coração tranqüilo e amoroso poderá desfrutar da verdadeira felicidade.
         Deus abençoe e ilumine todos vocês.

                                               Irmã Ester

Mensagem psicografada recebida no Centro Espírita Bezerra de Menezes

Pensamento do dia: " Deus nos concede, a cada dia, uma página nova no livro do tempo. Aquilo que colocarmos nela corre por nossa conta" (Chico Xavier).

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

REENCARNAÇÃO – MEMÓRIAS QUE NÃO SE APAGAM

À frente da Divisão de Estudos da Personalidade, da famosa Universidade de Virgínia, está o mais famoso pesquisador sobre o assunto, o já octogenário Dr. Ian Stevenson. Seus livros e textos em publicações científicas descrevem casos de crianças que se recordaram de vidas passadas e de pessoas com marcas de nascença que teriam sido originadas por cicatrizes de existências anteriores.
Stevenson e sua equipe avaliam casos de reencarnação da forma que consideram a mais acurada possível. Fazem entrevistas, confrontam a versão narrada com documentações, comparam descrições com fatos que só familiares da pessoa morta poderiam saber. Por tudo isso, ele se tornou um dos maiores responsáveis por ajudar a deslocar – ainda que apenas um pouco – o conceito de reencarnação do campo da fé e do misticismo para o campo da ciência.
Mas o que leva esse renomado médico, com mais de 60 anos de carreira, e tantos outros pesquisadores a encararem a reencarnação como uma hipótese válida?
Bem, são histórias como, por exemplo, a de Swarnlata Mishra, uma menina nascida em 1948 de uma rica família da Índia e que se tornou protagonista de um dos casos clássicos da literatura médica sobre vidas passadas. A história é descrita em um dos livros de Stevenson, (“Vinte Casos Sugestivos de Reencarnação”), e se assemelha a outros registrados pelo mundo sobre lembranças reveladoras ocorridas, principalmente, na infância. Mas, ao contrário da maioria, não está relacionado a mortes violentas, confrontos ou traumas.
A história de Swarnlata é simples. Aos 3 anos de idade, viajava com seu pai quando, de repente, apontou uma estrada que levava à cidade de Katni e pediu ao motorista que seguisse por ela até onde estava o que chamou de “minha casa”. Lá, disse, poderiam tomar uma xícara de chá. Katni está localizada a mais de 160 quilômetros da cidade da menina, Pradesh. Logo em seguida, Swarnlata começou a descrever uma série de detalhes sobre sua suposta vida em Katni. Disse que lá seu nome fora Biya Pathak e que tivera dois filhos. Deu detalhes da casa e a localizou no distrito de Zhurkutia. O pai da menina passou a anotar as “memórias” da filha.
         Sete anos depois, em 1959, ao ouvir esses relatos, um pesquisador de fenômenos paranormais, o indiano Sri H. N. Banerjee, visitou Katni. Pegou as anotações do pai de Swarnlata e as usou como guia para entrevistar a família Pathak. Tudo o que a menina havia falado sobre Biya (morta em 1939) batia. Até então, nenhuma das duas famílias havia ouvido falar uma da outra.
Naquele mesmo ano, o viúvo de Biya, um de seus filhos e seu irmão mais velho viajaram para a cidade de Chhatarpur, onde Swarnlata morava. Chegaram sem avisar. E, sem revelar suas identidades ou intenções aos moradores da cidade, pediram que nove deles os acompanhassem à casa dos Mishra.
Stevenson relata que, imediatamente, a menina reconheceu e pronunciou os nomes dos três visitantes. Ao “irmão”, chamou pelo apelido. Semanas depois, seu pai a levou para Katni para a casa onde ela dizia ter vivido e morrido. Swarnlata, conta Stevenson, tratou pelo nome cada um dos presentes, parentes e amigos da família. Lembrou-se de episódios domésticos e tratou os filhos de Biya (então na faixa dos 30 anos) com a intimidade de mãe.
Cabe lembrar que Swarnlata tinha apenas 11 anos.
Embora a ciência ainda duvide da reencarnação, a Humanidade convive com a crença nela faz tempo. Esse conceito – com variações aqui e ali – marcou religiões orientais, como o bramanismo e o hinduísmo (e, mais tarde, o budismo), e também religiões africanas e de povos indígenas, segundo Fernando Altmeier, professor de Teologia da PUC de São Paulo. Na verdade, “a reencarnação nasce quase ao mesmo tempo, que a idéia religiosa tanto no Ocidente quanto no Oriente, com os egípcios, os gregos, os africanos e os indígenas”, diz Altmeier.
No século XIX, Hippolyte Leon Denizard Rivail – ou Allan Kardec – ilustre codificador da Doutrina Espírita, estabeleceu como uma das bases da mesma, a existência da reencarnação, mesmo porque, trata-se de um dos instrumentos mais importantes da Justiça Divina (grifo nosso).
Texto condensado da Revista Super Interessante, maio de 2005

O Centro Espírita Bezerra de Menezes, com o objetivo de melhor orientar os trabalhadores e frequentadores da Casa, tem procurado incentivar, no que se refere aos estudos e suas aplicações práticas, adotando atividades que possam ser melhor compreendidas pelos mesmos.
Há cerca de um ano, temos uma Reunião Especial mensal, aos sábados, que denominamos “Tirando Dúvidas”, nas quais programamos palestras ao vivo ou projetamos, em telão, palestras de oradores espíritas conceituados, o que nos tem revelado um bom retorno, pelo número de pessoas que comparecem.
Para o próximo mês de dezembro, dentro da referida programação, estaremos projetando um filme, também rodado na Índia, referente a um caso de reencarnação, muito semelhante ao relatado no artigo supra-citado.
Convidamos a todos para assistir “MANIKA – A REENCARNAÇÃO DE UMA JOVEM” – Dia 10/12/2011, às 19:30 horas, no Centro Espírita Bezerra de Menezes.

               Centro Espírita Bezerra de Menezes

 Pensamento do dia : " Sem a idéia da reencarnação, sinceramente, com todo o respeito às demais religiões, eu não vejo uma explicação sensata, inclusive, para a existência de Deus" (Chico Xavier).

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

LIÇÃO DE VIDA DADA POR UM GAROTO

Durante os desdobramentos da tragédia que se abateu sobre o Japão, quando da ocorrência do terremoto de grande magnitude, acompanhada do tsunami, que resultou em milhares de vítimas, algumas lições sempre ficam gravadas e podem ser aproveitadas por todos nós.
A carta abaixo foi escrita por um imigrante vietnamita que é policial no Japão (Fukushima). Foi enviada a um jornal em Shangai que a traduziu e publicou. Recebi essa tradução, com a nota de que seja divulgada o mais fielmente possível ao texto original:      Querido Irmão                                                                                
Como estão você e sua família? Estes últimos dias, têm sido um verdadeiro caos. Quando fecho meus olhos, vejo cadáveres e quando os abro, também vejo cadáveres.
Cada um de nós está trabalhando umas 20 horas por dia e mesmo assim, gostaria que houvesse 48 horas no dia para poder continuar a ajudar e resgatar as pessoas.
Estamos sem água e eletricidade e as porções de comida estão quase a zero. Mal conseguimos mudar os refugiados e logo há ordens para mudá-los para outros lugares.
Atualmente estou em Fukushima – a uns 25 quilômetros da usina nuclear. Tenho tanto a contar que se fosse contar tudo, essa carta se tornaria um verdadeiro romance sobre relações humanas e comportamentos durante tempos de crise. 
As pessoas aqui permanecem calmas – seu senso de dignidade e seu comportamento são muito bons – assim, as coisas não são tão ruins como poderiam. Entretanto, mais uma semana, e não posso garantir que as coisas não cheguem a um ponto onde não poderemos dar proteção e manter a ordem de forma apropriada.
Afinal de contas, eles são humanos e quando a fome e a sede se sobrepõem à dignidade, eles farão o que tiver que ser feito para conseguir comida e água. O governo está tentando fornecer suprimentos pelo ar enviando comida e medicamentos, mas é como jogar um pouco de sal no oceano. 
Irmão querido! Houve um incidente realmente tocante que envolveu um garotinho japonês que ensinou  a um adulto, como eu, uma lição de como se comportar como verdadeiro ser humano.
Ontem à noite fui enviado para uma escola infantil para ajudar uma organização de caridade a distribuir comida aos refugiados. Era uma fila muito longa. Vi um garotinho de uns 9 anos. Ele estava usando uma camiseta e shorts.
Estava ficando muito frio e o garoto estava no final da fila. Fiquei preocupado se, ao chegar sua vez, poderia não haver mais comida. Fui falar com ele. Ele disse que estava na escola quando o terremoto ocorreu. Seu pai trabalhava perto e estava se dirigindo para a escola. O garoto estava no terraço do terceiro andar quando viu o “tsunami” levar o carro do seu pai.                                         
Perguntei sobre sua mãe. Ele disse que sua casa era bem perto da praia e que sua mãe e sua irmãzinha provavelmente não sobreviveram. Ele virou a cabeça para limpar uma lágrima quando perguntei sobre sua família.
O garoto estava tremendo. Tirei minha jaqueta de policial e coloquei sobre ele. Foi ai que a minha bolsa de comida caiu. Peguei-a e dei-a a ele. “Quando chegar a sua vez, a comida pode ter acabado. Assim, aqui está a minha porção. Eu já comi. Por que você não come”? 
Ele pegou a minha comida e  fez uma reverência. Pensei que ele iria comer imediatamente, mas ele não o fez. Pegou a bolsa de comida, foi até o início da fila e colocou-a onde todas as outras comidas estavam esperando para serem distribuídas.
Fiquei chocado.  Perguntei-lhe por que ele não havia comido ao invés de colocar a comida na pilha de comida para distribuição. Ele respondeu: “Porque vejo pessoas com mais fome que eu. Se eu colocar a comida lá, eles irão distribuir a comida mais igualmente”.
Quando ouvi aquilo, me virei para que as pessoas não me vissem chorar.
Uma sociedade que pode produzir uma pessoa de 9 anos que compreende o conceito de sacrifício para o bem maior deve ser uma grande sociedade, um grande povo.                              
Envie minhas saudações a sua família. Tenho que ir, meu plantão já começou.
                          Ha Minh Thanh

Pensamento do dia: "Fazer a felicidade dos outros é a melhor maneira de ser  feliz" (Anônimo).                 






sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O POTE RACHADO

         Um carregador de água na Índia levava dois potes grandes, ambos pendurados em cada ponta de uma vara, a qual ele carregava atravessada em seu pescoço.
Um dos potes tinha uma rachadura, enquanto o outro era perfeito e sempre chegava cheio de água no fim da longa jornada entre o poço e a casa do chefe; o pote rachado chegava apenas pela metade.
Foi assim por dois anos, diariamente, o carregador entregando um pote e meio de água na casa de seu chefe.
         Claro, o pote perfeito estava orgulhoso de suas realizações. Porém, o pote rachado estava envergonhado de sua imperfeição e sentindo-se miserável por ser capaz de realizar apenas a metade do que ele havia sido designado a fazer.
Após perceber que por dois anos havia sido uma falha amarga, o pote falou para o homem, um dia a beira do poço.
- Estou envergonhado, e quero pedir-lhe desculpas.
- Por que? Perguntou o homem. - De que você está envergonhado?
- Nesses dois anos eu fui capaz de entregar apenas a metade da minha carga, porque essa rachadura no meu lado faz com que a água vaze por todo o caminho, até a casa de seu senhor. Por causa do meu defeito, você tem que fazer todo esse trabalho, e não ganha o salário completo dos seus esforços. - disse o pote.
O homem ficou triste pela situação do velho pote, e com compaixão falou:
- Quando retornarmos para a casa de meu senhor, quero que percebas as flores ao longo do caminho.
De fato, à medida que eles subiam a montanha, o velho pote rachado notou flores selvagens ao lado do caminho, e isto lhe deu certo ânimo. Mas, ao fim da estrada, o pote ainda se sentia mal porque tinha vazado a metade, e de novo pediu desculpas ao homem por sua falha.
Disse o homem ao pote:
- Você notou que pelo caminho só havia flores no seu lado. Eu ao conhecer o seu defeito, tirei vantagem dele. E lancei sementes de flores no seu lado do caminho, e cada dia enquanto voltávamos do poço, você as regava. Por dois anos eu pude colher estas lindas flores para ornamentar a mesa de meu senhor. Sem você ser desse jeito que você é, ele não poderia ter esta beleza para dar graça a sua casa.
Conclusão:
    Cada um de nós tem seus nossos próprios e únicos defeitos. Todos nós somos potes rachados. Porém, se permitirmos, o Senhor vai usar estes nossos defeitos para embelezar sua mesa. Na grandiosa economia de Deus, nada se perde. Nunca deveríamos ter medo dos nossos defeitos. Se os reconhecermos, eles poderão causar beleza. Das nossas fraquezas, podemos tirar forças.

Pensamento do dia: " Toda vez que criticamos a experiência dos outros, estamos identificando em nós mesmos, os pontos fracos que precisamos modificar em nossas próprias existências" (André Luiz).

domingo, 6 de novembro de 2011

O MÉDICO E SUAS ÁRVORES

         Tempos atrás, eu era vizinho de um médico, cujo "hobby" era plantar árvores no enorme quintal de sua casa. Às vezes, observava da minha janela o seu esforço para plantar árvores e mais árvores, todos os dias.
         O que mais chamava a atenção, entretanto, era o fato de que ele jamais regava as mudas que plantava. Passei a notar, depois de algum tempo, que suas árvores estavam demorando muito para crescer.
         Certo dia, resolvi então aproximar-me do médico e perguntei se ele não tinha receio de que as árvores não crescessem, pois percebia que ele nunca as regava. Foi quando, com um ar orgulhoso, ele me descreveu sua fantástica teoria.
         Disse-me que, se regasse suas plantas, as raízes se acomodariam na superfície e ficariam sempre esperando pela água mais fácil, vinda de cima. Como ele não as regava, as árvores demorariam mais para crescer, mas suas raízes tenderiam a migrar para o fundo, em busca da água e das várias fontes de nutrientes encontradas nas camadas mais inferiores do solo.  Assim, segundo ele, as árvores teriam raízes profundas e seriam mais resistentes às intempéries.
         Disse-me ainda, que freqüentemente dava uma palmadinha nas suas árvores, com um jornal enrolado, e que fazia isso para que se mantivessem sempre acordadas e atentas.   Essa foi a única conversa que tive com aquele meu vizinho. Logo depois, fui morar em outro país, e nunca mais o encontrei.
         Vários anos depois, ao retornar do exterior fui dar uma olhada na minha antiga residência. Ao aproximar-me, notei um bosque que não havia antes. Meu antigo vizinho, havia realizado seu sonho!
         O curioso é que aquele era um dia de um vento muito forte e gelado, em que as árvores da rua estavam arqueadas, como se não estivessem resistindo ao rigor do inverno.  Entretanto, ao aproximar-me do quintal do médico, notei como estavam sólidas as suas árvores: praticamente não se moviam, resistindo implacavelmente àquela ventania toda.
         Que efeito curioso, pensei eu... As adversidades pela qual aquelas árvores tinham passado, levando palmadelas e tendo sido privadas de água, pareciam tê-las beneficiado, de um modo que o conforto e o tratamento mais fácil jamais conseguiriam.
         Todas as noites, antes de ir me deitar, dou sempre uma olhada em meus filhos. Debruço-me sobre suas camas e observo como têm crescido. Freqüentemente, oro por eles. Na maioria das vezes, peço para que suas vidas sejam fáceis: "Meu Deus, livre meus filhos de todas as dificuldades e agressões desse mundo"...
         Tenho pensado, entretanto, que é hora de alterar minhas orações. Essa mudança tem a ver com o fato de que, é inevitável que os ventos gelados e fortes nos atinjam e aos nossos filhos. Sei que eles encontrarão inúmeros problemas e que, portanto, minhas orações para que as dificuldades não ocorram, têm sido ingênuas demais. Sempre haverá uma tempestade, ocorrendo em algum lugar.
         Portanto, pretendo mudar minhas orações. Farei isso porque, quer nós queiramos ou não, a vida não é muito fácil. Ao contrário do que tenho feito, passarei a orar para que meus filhos cresçam com raízes profundas, de tal forma que possam retirar energia das melhores fontes, das mais divinas, que se encontram nos locais mais remotos.
         Oramos demais para termos facilidades, mas na verdade o que precisamos fazer é pedir para desenvolver raízes fortes e profundas, de tal modo que quando as tempestades chegarem e os ventos gelados soprarem, resistiremos bravamente, ao invés de sermos subjugados e varridos para longe.

                                             Bernard Smith

Pensamento do dia: " Devemos agradecer todas as dificuldades que enfrentamos; não fosse por elas, eu não teria saido do lugar. As facilidades nos impedem de caminhar. Mesmo as críticas nos auxiliam muito" (Chico Xavier).

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O FIO DE ARANHA
     
         Segundo uma antiga lenda hindú, Kandata, o facínora, tendo expirado sem mostras de arrependimento, foi pela imutável Justiça atirado à região sombria dos eternos suplícios.
         Durante muitos séculos suportou indiferente os tormentos do inferno. Um dia, porém, o seu coração empedernido foi tocado por um tênue raio de luz de arrependimento. Ajoelhou-se e implorou, em prece fervorosa, a proteção misericordiosa do Senhor da Compaixão.
         No mesmo instante, surgiu-lhe a figura radiosa de um anjo, que lhe disse:
        - O Senhor da Compaixão ouviu a prece humilde que acabas de proferir. E aqui estou para salvar-te dos castigos tenebrosos do inferno.
-Ó Kandata!, no decorrer de tuas vidas anteriores, houve dia que tiveste assistido a uma boa  ação tua, por mais pequena que fosse? Ela te ajudaria, agora, livrando-te dos tormentos que, sem tréguas, te afligirão. Mas nunca espere por ver cessados os sofrimentos atuais, conseqüências do teu passado, se conservares ainda a impureza da vaidade, da luxúria e da inveja. Dize-me ó Kandata!, se queres sair daqui, qual foi, acaso, o ato de bondade em vida que praticaste?
- Pelo Deus de Misericórdia!   exclamou Kandata, cheio de profunda humildade e tristeza ... jamais pratiquei em minha vida passada qualquer ato digno ou louvável. A minha existência foi um rosário interminável de crimes infâmes de toda espécie!
- Kandata! , continuou o anjo,  procura rememorar detalhadamente todas as ações do teu negro passado! Basta um ato verdadeiramente bom de tua parte, um só para que obtenhas o perdão de Deus! Alguma vez socorreste com esmola o desprotegido da sorte?
- Nunca! , murmurou Kandata, com voz sucumbida.
- Algum dia , prosseguiu o anjo,  tiveste uma palavra de consolo ou de bondade para os aflitos e desesperados?
- Nunca.
- Não te moveram, uma só vez, à piedade, os enfermos, nem dispensaste qualquer proteção aos fracos e infelizes?
- Nunca!,  soluçava Kandata, com o desespero dos arrependidos.
- E para os animais, nossos irmãos inferiores? , insistiu ainda o anjo, trataste com crueza, impiedosamente, todos os seres fracos do mundo?
- Deus seja louvado! , exclamou Kandata,  lembro-me de que, certa vez, ao atravessar um bosque vi uma pequenina aranha que procurava esconder-se sob a relva. "Não pisarei esta pobre aranha", pensei "porque é fraca e inofensiva". Desviei o passo afim de poupar a vida ao mísero e tímido animalzinho. Teria sido esta uma ação agradável aos olhos do Criador?
- Feliz que és, Kandata , respondeu o anjo,  esse pequeno ato de bondade que acabas de recordar é, sem dúvida, suficiente para salvar-te do inferno;  e é a própria aranha do bosque que, em breve, te proporcionará , pela vontade divina , o meio único de salvação. Da altura infinita do céu, a aranhazinha vai lançar-te um fio; por ele poderás subir até o seio do Onipotente!
          E, isto, dizendo, o ajo desapareceu.
         Quase no mesmo instante viu Kandata, com grande assombro, que um fio de aranha descia das alturas divinas até ao fundo do abismo negro que o torturava. Aquele fio, de enganadora fraqueza, representava para ele a salvação, a tão sonhada ventura! Estaria, para sempre, livre dos suplícios indizíveis do inferno!
         Sem hesitar, Kandata agarrou-se a ele e começou a subir. Sentiu desde logo que o fio - pela vontade do Onipotente - era forte e lhe sustentava perfeitamente o peso do corpo, que balançava no espaço.
         De repente, porém, em meio da escalada, lembrou-se o bandido de olhar para baixo e notou que os seus companheiros de infortúnio procuravam também, à porfia, salvar-se da região dos tormentos, subindo pelo mesmo fio.
         Com certeza não poderá tão delgado fiozinho suportar o peso dessa gente toda , pensou Kandata apavorado.
E, instigado pelo terrível egoísmo, desejando apenas a própria liberdade, sem lhe importar a desgraça alheia , gritou para os infelizes que já se  agarravam, como penca infernal, ao fio salvador:
         -Larguem, miseráveis! Larguem, que este fio é só meu!
         No mesmo instante partia-se o fio da aranha e Kandata era para sempre restituído às profundezas em que tanto sofrera tão duros castigos!
         O fio salvador forte bastante para levar ao céu milhares de criaturas arrependidas de seus crimes, rompera-se ao sofrer o peso do egoísmo que a maldade insinuara em um coração.

    do livro "Lendas do deserto", de Malba Tahan

Pensamento do dia: " Tudo o que pudermos fazer no bem, não devemos adiar. Carecemos somar esforços criando, digamos, uma energia dinâmica que se anteponha às forças do mal...ninguém tem o direito de se omitir" (Chico Xavier).