quinta-feira, 31 de março de 2011


REFORMULANDO CONCEITOS
 
           A vida nem sempre é uma tarefa fácil. É algo muito complexo e difícil de ser explicado por palavras, além de se constituir em uma imensidade de situações com uma infinidade de nuances.
         Na falta de uma educação adequada na infância, que deveria ser transmitida por pais que já tenham atingido um grau de evolução incomum, a maioria dos jovens cresce sem entender a vida, sem compreender as razões que estão por trás das atitudes das pessoas e, pela ausência de referências sobre como devem agir, ficam incapacitados de escolher a atitude correta para cada situação.
       Na juventude, a maioria passa por problemas de adaptação ao seu mundo exterior, acabando por criar um sentimento de revolta contra os pais e contra a sociedade. Os colegas possuem os mesmos problemas e com eles, os jovens podem se sentir à vontade, passando assim a servirem de modelos uns para os outros, aprendendo mecanismos de defesa mais fáceis de compreender, como a ironia, a hostilidade e a violência. Embora esta não seja a melhor forma de aprender, procuram referências de comportamento na televisão, nas revistas, nos filmes, nas notícias de jornais e nos sites de relacionamento da Internet. Aos poucos, começam a achar que seus pais sabem ainda menos do que eles, que estão atrasados em relação ao que se passa no mundo de hoje.
         Ao enfrentarem mais tarde a competição no trabalho, pressionados pela profissão que abraçaram, a tendência será de que, colocando, então, uma prioridade menor na compreensão da vida, muitos problemas existenciais acabam ficando sem solução, justamente porque não cultivaram isso no momento oportuno. Ao se acomodarem, terminarão como seus pais, sem condição de passarem aos seus filhos um entendimento maior da vida, e esse estado de coisas tende a se perpetuar por séculos.
         O Espiritismo traz uma contribuição definitiva para essa compreensão, de como se processa a evolução espiritual de cada um, através de sucessivas encarnações, trazendo as respostas para todas as nossas questões existenciais. Analisando as bases do conhecimento, que deve receber de seus pais, o jovem poderá decidir por uma correção de rumo, possibilitando sua reorientação no caminho do bem, em comunhão com o Evangelho de Jesus.
Lembrar sempre que o jovem de hoje, bem orientado, será o esteio da casa que pretende construir e terá condições de passar esses ensinamentos para seus próprios filhos, auxiliando assim, na estruturação de uma família mais sólida e, por extensão, de uma sociedade mais justa e cristã.

                                                                               Vanildo Favoretto

Pensamento do dia: " Quem deseja plantar apenas por alguns dias, planta flores; quem deseja plantar para alguns anos, planta árvores; mas, quem quer plantar para a eternidade, planta idéias nobres nos corações daqueles a quem ama" (Sabedoria Oriental)

terça-feira, 29 de março de 2011

O MILAGRE DA CANÇÃO DE UM IRMÃO

Como qualquer mãe, quando Karen soube que um bebê estava a caminho, fez todo o possível para ajudar o seu outro filho, Michael, com três anos de idade, a se preparar para a chegada. Os exames mostraram que era uma menina, e todos os dias, Michael cantava perto da barriga de sua mãe. Ele já amava a sua irmãzinha antes mesmo dela nascer.
A gravidez se desenvolveu normalmente. No tempo certo, vieram as contrações, entretanto, surgiram algumas complicações e o trabalho de parto de Karen demorou horas. Todos discutiam a necessidade provável de uma cesariana.
Até que enfim, depois de muito tempo, a irmãzinha de Michael nasceu. Só que ela estava muito mal e houve necessidade de levar o bebê para a UTI neonatal do hospital. Os dias passaram. A menininha piorava. O médico disse aos pais:
- Preparem-se para o pior. Há poucas esperanças.
Karen e seu marido começaram, então, os preparativos para o funeral. Alguns dias atrás estavam arrumando o quarto para esperar pelo novo bebê. Hoje, os planos eram outros. Enquanto isso, Michael todos os dias pedia aos pais que o levassem para conhecer a sua irmãzinha.
- Eu quero cantar para ela, ele dizia.
A segunda semana de UTI entrou e esperava-se que o bebê não sobrevivesse até o final dela.
Michael continuava insistindo com seus pais para que o deixassem cantar para sua irmã, mas crianças não eram permitidas na UTI. Entretanto, Karen decidiu. Ela levaria Michael ao hospital de qualquer jeito. Ele ainda não tinha visto a irmã e, se não fosse hoje, talvez não a visse viva.
Ela vestiu Michael com uma roupa um pouco maior, para disfarçar a idade, e rumou para o hospital. A enfermeira não permitiu que ele entrasse e exigiu que ela o retirasse dali. Mas Karen insistiu:
- Ele não irá embora até que veja a sua irmãzinha!
Ela levou Michael até a incubadora. Ele olhou para aquela trouxinha de gente que perdia a batalha pela vida. Depois de alguns segundos, ele começou a cantar, com sua voz pequenininha:
- Você é o meu sol, o meu único sol. Você me deixa feliz, mesmo quando o céu está escuro...
Nesse momento, o bebê pareceu reagir. A pulsação começou a baixar e se estabilizou. Karen encorajou Michael a continuar cantando.
- Você não sabe, querida, quanto eu te amo. Por favor, não leve o meu sol embora...
Enquanto Michael cantava, a respiração difícil do bebê foi se tornando suave.
- Continue, querido! , pediu Karen, emocionada.
- Outra noite, querida, eu sonhei que você estava em meus braços...
O bebê começou a relaxar. A enfermeira começou a chorar.
- Cante mais um pouco, Michael, dizia a mãe.
- Você é o meu sol, o meu único sol. Você me deixa feliz, mesmo quando o céu está escuro. Por favor, não leve o meu sol embora...
No dia seguinte, a irmã de Michael já tinha se recuperado e em poucos dias foi para casa.
Os jornais chamaram essa história de "O milagre da canção de um irmão". Para Karen foi o milagre do amor de Deus.
Lembre-se...Nunca abandone aquele que você ama. O amor é incrivelmente poderoso.

                   do site "momento espírita.com.br"

Pensamento do dia:"Amar é compartilhar, portanto, só ama de verdade quem tem algo para doar" (Robert Wong)

domingo, 27 de março de 2011


UMA LIÇÃO DE CARIDADE

Em noite de garoa fina, com temperatura próxima de zero, observei um farrapo humano que caminhava pelas ruas de S.Paulo e pus-me a pensar. Lembrei-me de minha casa confortável, da comida quente, do cobertor de lã. Procurei, em vão, entender sobre o que teria feito eu para estar numa situação tão confortável, sem as angústias daquela criatura, da qual eu nem sabia o nome.
Continuei na minha indagação: Como posso exercer a caridade junto a esse irmão, se nem consigo chamá-lo de irmão. Nem tenho coragem de aproximar-me para conversar com ele e ainda apresso-me em mudar de calçada e fechar o portão. Em função dos riscos, sigo, afinal, o que me recomendam as autoridades nas grandes cidades.
Como na minha cabeça continuava a vontade de ajudá-lo, pensei no que poderia fazer por ele. Talvez dar-lhe um dinheiro, um agasalho, uma sobra de comida. Eram muitas as possibili­dades que eu tinha para colaborar com o meu semelhante. Estava em melhor situação do que ele para a prática do amor, ao contrário dele, que nada podia me oferecer. Será?
Recordei-me da Doutrina Espírita quando diz que a cari­dade é a mais importante das virtudes e que todos podem praticá-la, inde­pendente da situação em que se encontram. Se eu acredito nisso, esse mendigo também pode me ajudar de alguma maneira. Mas de que modo?
Analisei e concluí que ele nada tem, mas não rouba. Pede ou espera que alguém lhe ofereça. Ele não vive se lamentando, embora tenha uma vida que só de pensar me causa pavor. Divide o pequeno pão, que mal dá para si próprio, com outros com­panheiros de infortúnio. Não é como eu que ainda não aprendi a repartir. Ele usa um pouco de bebida alcoólica para suprir a falta de agasalho e não pelas imposições sociais que nivelam as criaturas na mediocridade. Não é avarento pelos juros que transformam os humanos em cifrões, fazendo-os valer pelo seu exterior. Ele, talvez, tenha esposa, filhos, pais ou um parente qualquer, mas não blasfema contra o abandono e a solidão.
O seu lar é o vão da marquise da esquina, onde venta menos, en­quanto eu, que tenho um teto, reclamo do trabalho para mantê-lo. Há queixas de que há muita roupa para lavar e passar, muita louça do almoço e do jantar. Reclama-se que os alimentos são caros, o carrinho do supermercado é pesado, além de outras blasfêmias miúdas. Não falamos dos problemas verdadeiros.
Perguntei-me: Quem é o mais infeliz e qual de nós está realmente praticando a caridade? Eu, que só posso dar-lhe umas poucas coisas materiais ou ele que, sem dizer palavra, me dá uma aula magna de compreensão e resignação.
Como é bom, as vezes, descermos do salto alto, encararmos a nossa vida frente a frente e concluirmos quão felizes nós somos e, ainda, não o sabemos.
Naquela fria madrugada, pude aprender com o sábio e silencioso discurso daquele irmão em provação, uma lição viva para todos nós que sofremos aos primeiros sintomas de desajustes, porque os transformamos em insuportáveis tragédias. Envio, constantemente, minhas preces de gratidão pelo muito que aquele irmão da rua me ensinou e por aju­dar-me a valorizar minha saúde, meu lar, meu alimento, todos eles se constituindo em riqueza que eu nunca percebi que possuía.
       Agradeço àquele indigente por me mostrar a verdadeira FELICIDADE.

        Artigo  de autoria de Octávio Caumo Serrano,
     publicado  na Revista Internacional de Espiritismo, julho de 2003

Pensamento do dia: " A felicidade não depende do que nos falta, mas do bom uso que fazemos daquilo que temos" (Thomas Handy)

sexta-feira, 25 de março de 2011

 

IRRADIAÇÃO



Irradiação, conforme o dicionário, é o ato ou efeito de emitir ondas, lançar raios de luz ou de calor, ou vibrações. Na prática espírita, esta definição poderia ser: transmissão de fluidos espirituais à distância, muitas vezes conhecida como passe a distância.
No processo da irradiação, transmitimos aos outros, pelo mecanismo da força mental, a carga de fluido vital que dispomos para doar. A irradiação se faz à distância, projetando o nosso pensamento e sentimentos em favor de alguém, movimentando as forças psíquicas através da vontade.
A força do pensamento é de vital importância para o nosso dia-a-dia, pois podemos ser felizes ou infelizes, alegres ou tristes, vencer obstáculos ou ser derrotados por eles, obter grandes realizações ou cair em profunda depressão.
Allan Kardec, em A Gênese, afirmou: “...quando se cria imagens fluídicas, o pensamento se reflete no envoltório perispirítico, como num espelho; toma nele corpo e aí de certo modo se fotografa”.
A pessoa que irradia deve cultivar bons sentimentos, bons pensamentos e bons atos. Isto vai lhe formando uma "atmosfera espiritual" positiva, criando uma tonalidade vibratória e uma quantidade de fluidos agradáveis e salutares que poderão ser dirigidos através da vontade para outras pessoas.

A pessoa que irradia deve focalizar mentalmente o paciente para quem quer fazer a irradiação e transmitir, através do sentimento, aquilo que deseja: paz, conforto, coragem, saúde, equilíbrio, paciência etc.
Irradiação é a projeção do pensamento e do sentimento, que são energias que conseguimos exteriorizar de nós mesmos. Cada cérebro pode emitir vibrações de alta ou baixa freqüência, de acordo com os pensamentos constantes.
A propósito, todos nós estamos irradiando, constantemente, através dos nossos pensamentos, sentimentos, palavras e atos.
Essa energia que emitimos continuadamente forma nosso hálito mental, expressão cunhada pelo espírito André Luiz, que se propaga ao nosso derredor. Essas energias têm reflexos sobre nós mesmos e sobre as pessoas que convivem conosco, os que estão distanciados e todos aqueles no ambiente em que vivemos...
Por isso podemos, individualmente ou em grupo, projetar nosso pensamento, usando toda a nossa força de vontade, não se esquecendo de que estamos realizando um ato de doação e, consequentemente, de amor. Assim, a emissão de pensamentos em direção de alguém tem por finalidade sugerir-lhe reequilíbrio, coragem, fortalecendo-lhe o corpo e o espírito. Isto funciona muito bem quando emitimos pensamentos de restabelecimento, principalmente, em direção às pessoas enfermas.
A eficácia da irradiação, entretanto, dependerá da qualidade da emissão, na origem, e será tanto maior quanto melhor for a sintonia entre as partes emissora e receptora.
Para se ter uma idéia dessa energia emanada pelo pensamento, não devemos nos esquecer que a melhor forma de nos manter em sintonia com a Espiritualidade Maior é através da prece, da reforma íntima, da prática da caridade, pois assim, estaremos criando sempre energia vital de boa qualidade para nós mesmos e para doação, quando se fizer necessário.

                                                    Vanildo Favoretto

Pensamento do dia: "O homem que vive na indiferença, pelas dores do próximo, recebe dos semelhantes, a indiferença pelas dores que lhe são próprias" (Emmanuel)

quarta-feira, 23 de março de 2011


SERÁ QUE CUMPRIMOS O QUE PROGRAMAMOS?

Muitos podem estar, neste momento, gastando boa parte de seu futuro, simplesmente, deixando de lado o que programaram para si mesmos e desencarnando antes do que deveriam. Aí escutamos nos velórios: "Coitado, tão bom e Deus o levou tão cedo" ou "Porque Deus não levou fulano de tal que é tão ruim?".
A gula, o ódio, o rancor, a vingança, o ciúme, a falta de caridade, o egoísmo, a luxuria, etc., e outros males morais de que somos possuídos podem nos levar a apressar esse desfecho. A falta de amor e de respeito para com próximo não nos levará ao "céu", ou equivalente, como é denominado por inúmeras religiões. Cada item violado do "Esta­tuto Divino" é imediatamente inserido no pe­rispírito, envoltório fluídico que é sensibilizado pelo ato praticado e que, por sua vez, afetará o órgão equivalente no corpo mais denso que é a nossa carne. Se levarmos uma vida desregrada e totalmente im­própria à nossa existência, ou seja, por exemplo, "comer para viver e não viver para comer", como nos diz a sabedoria popular, nos aconselham os médicos que o fígado, o coração, os rins, o pân­creas e outros órgãos vitais de nosso organismo são também atingidos por doenças incuráveis e degenerativas, alem de outras que nos causam aborrecimentos e dores.
"Diga-me com quem andas e te direi quem és", outro dito popular bastante interessante. Uma pessoa mergulhada em vícios materiais como o álcool, o fumo, as drogas e ainda acostumada a dizer palavrões, agressiva, mal humo­rada, etc., sempre terá, como companhia, espíritos neuróticos, possuídos de uma infinidade de mazelas. Esses espíritos se aproveitam das emanações negativas que são produ­zidas por esses irmãos desavisados para se alimentarem e satisfazerem sua "fome de prazer".
Uma boa parte da sociedade de hoje, consumista e devoradora dos pra­zeres carnais, egoística, nem mesmo imagina que a vida tem sua continui­dade após o desencarne. Culpam Deus por não os atenderem em seus pedidos feitos de forma mecânica, pensando, provavelmente, ser Deus um gênio dos contos da carochinha que basta es­fregar uma lâmpada mágica, ou in­vocá-lo com uma formula mística e, assim, ter seus desejos atendidos. No caso, a maioria desses desejos é para que suas doenças adquiridas por incúria sejam curadas de imediato.
Se as pessoas se dispusessem a raciocinar com lógica, notariam que suas mazelas foram adquiridas ao longo da vida e que Nosso Pai nada teve com isso, pois no momento do prazer, do crime e de tantos outros desvios morais, elas nem mesmo pensaram em qualquer divindade.
Ao programarmos nossa reencar­nação para resgatarmos um pouco, do muito que devemos, nos impomos um objetivo que é o de fazer o bem, apli­cando o AMOR onde outrora semeamos o ódio, a miséria, a morte prematura, a fome, ou simplesmente nos prejudi­camos em sujar nosso sagrado corpo, templo de nosso Espírito.
O fumo, o álcool e as drogas levam milhões de pessoas ao desencarne prematuro todos os anos. Cirrose, câncer, e outras doenças, causadas por esses vícios têm levado muitas pessoas ao sepulcro, antes do planejado e seus espíritos a sofrerem nos umbrais da consciência, criados pelo remorso.
Toda a lei de Deus está contida no “amar ao próximo como a si mesmo”, conforme ensinado por Jesus, que encerra, certamente, todos os deveres dos homens para consigo mesmo e, também, entre si; mas, é preciso que todos mostrem sua aplicação na prática e não apenas na teoria. É muito bonito quando apregoamos que freqüentamos essa ou aquela denominação religiosa, que somos tremendamente devotos e obedientes a Deus. Conhecemos todo o conteúdo da cartilha, mas...será que fazemos o dever de casa?

                                             Vanildo Favoretto

Pensamento do dia: Preocupe-se com seu caráter, mais do que com a sua reputação, porque seu caráter é o que você realmente é, enquanto que a sua reputação é apenas o que os outros pensam de você...e o que pensam de você é problema deles."

segunda-feira, 21 de março de 2011


BUSCAI E ACHAREIS

      Pedi e vos será dado; buscai e achareis; batei à porta e ela vos será aberta; pois, todo aquele que pede, recebe, o que procura, acha e ao que bate, se lhe abrirá. Que homem entre vós dará uma pedra ao seu filho, se ele lhe pedir pão?  Ou se pedir um peixe, dar-lhe-á uma serpente? Ora, se vós que sois maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, não é lógico que, com mais forte razão, vosso Pai que está nos céus lhes dê os bens verdadeiros aos que lhe pedirem. (Mateus, cap. VII, v. 7 a 11.)
Do ponto de vista terreno, a máxima: Buscai e achareis é análoga a esta outra: Ajuda-te que o céu te ajudará. É o princípio da lei do trabalho e, consequentemente, da lei do progresso, afinal, o progresso é filho do trabalho, pois o trabalho põe em ação as forças da inteligência.
Se Deus houvesse liberado o homem do trabalho do corpo, seus membros iriam se atrofiar; se o houvesse isentado do trabalho da inteligência, seu espírito permaneceria na infância, no estado de instinto animal. Por isso fez do trabalho uma necessidade. Ele lhe disse: Procura e acharás; trabalha e produzirás. Dessa maneira, serás o filho das tuas obras, terás delas o mérito e serás recompensado de acordo com o que tiveres feito.
Em virtude desse princípio, os Espíritos não vêm poupar ao homem o trabalho das pesquisas, trazendo-lhe descobertas e invenções, já feitas e prontas a ser utilizadas, de modo a não ter ele mais do que tomar o que lhe puseram nas mãos, sem o incômodo, sequer, de abaixar-se para apanhar, nem mesmo o de pensar. Se assim fosse, o mais preguiçoso poderia enriquecer-se e o mais ignorante tornar-se sábio à custa de nada e, ambos, se atribuíriam o mérito do que não fizeram. Não, os Espíritos não vêm isentar o homem da lei do trabalho: vêm, unicamente, mostrar-lhe a meta que lhe cumpre atingir e o caminho que a ela conduz, dizendo-lhe: Anda e chegarás. Toparás com pedras; olha e afasta-as tu mesmo. Nós te daremos a força necessária, se a quiseres empregar.
Do ponto de vista moral, essas palavras de Jesus significam: Pede a luz que deve iluminar tua estrada e ela vos será dada; pede a força para resistir ao mal e a terá; pede a assistência dos bons Espíritos e eles virão acompanhar-te e irão servir-te de guias; pede bons conselhos e eles não serão jamais recusados; batei à porta e ela te será aberta. Mas, pede sinceramente, com fé, confiança e fervor. Apresenta-te com humildade e não com arrogância, sem o que serás abandonado às tuas próprias forças e as tuas quedas serão a punição do teu orgulho.
Tal é o sentido destas palavras: Buscai e achareis; batei e a porta se vos abrirá.

                                “O Evangelho segundo o Espiritismo, Cap. XXV

Pensamento do dia: Jamais se desespere em meio às mais sombrias aflições da vida, pois das nuvens mais negras cai água límpida e fecunda".(Provérbio chinês)

sábado, 19 de março de 2011

EU PROMETO A MIM MESMO:

*Ser tão forte que nada poderá atrapalhar minha paz de espírito.
*Falar apenas de saúde, felicidade, e prosperidade para cada pessoa que eu encontrar.
*Fazer todos os meus amigos sentirem que há algo de valor dentro deles.
*Ver o lado positivo de tudo e fazer meu otimismo se tornar real.
*Pensar apenas sobre o melhor, trabalhar apenas para o melhor, e esperar apenas o melhor.
*Ser tão entusiasmado com o sucesso dos outros, quanto eu sou para o meu próprio sucesso.
*Esquecer os enganos do passado e me concentrar apenas nas maiores realizações do futuro.
*Vestir uma expressão de alegria todo o tempo, e sorrir para toda criatura viva que eu encontrar.
*Direcionar todo meu tempo para me melhorar de maneira a não sobrar tempo para criticar os outros.
*Ser grande demais para preocupar-me, nobre demais para ter raiva, forte demais para ter medo, e feliz demais para permitir a presença de problemas em minha vida.
*Pensar o melhor de mim mesmo, e anunciar isso ao mundo, não em palavras ruidosas, mas sim em grandes ações.
*Viver na fé de que o mundo inteiro está do meu lado, na medida em que sou sincero e verdadeiro quanto àquilo que há de melhor em mim.

Página escrita há quase 100 anos por Christian D. Larson

Pensamento do dia: Há homens que lutam um dia e são bons; há outros que lutam um ano e são melhores; há aqueles que lutam muitos anos e são muito bons; mas há aqueles que lutam toda a vida, esses são imprescindíveis."(Bertold Brecht)


quinta-feira, 17 de março de 2011

PREPOTÊNCIA E ARROGÂNCIA

Quanto maiores as quali­dades morais de cada um, mais cons­ciência ele tem dos seus erros, em­penhando-se em combatê-los de forma voluntária e permanente. Quanto menor a bagagem de vir­tudes, menos conscientização possui dos seus equívocos, projetando-os nos outros e tornando-­se agressivo, de várias maneiras, dentre as quais através da pre­potência, um dos sentimentos derivados do egoísmo e do orgulho.

Quando se é prepotente, pro­cura-se impor opiniões a qualquer custo, não importando as conseqüências. A arrogância, então, pode estar presente em muitos atos de quem se considere superior, todo poderoso e dono da verdade.
O verdadeiro cristão, de um modo geral, por força do estudo que faz dos ensinamentos de Jesus, busca assimilar a sua essência mais profunda, e então, sente a necessidade de melhorar-se progressivamente, à medida que amplia seus conhecimentos, a fim de alterar para melhor sua personalidade, porque procura, pouco a pouco, harmonizar-se com o modelo deixado pelos exemplos do Mestre de Nazaré.
Entretanto, se sua vigilância não é firme, pode, por exemplo, prosseguir manipulando, articulando tramas, buscando o poder pelo poder, de inúmeras maneiras, esquecendo que a finalidade principal da reen­carnação, na fase atual de transição do nosso Planeta e da nossa Humanidade, é o progresso moral.
Não é possível haver convi­vência fraterna sem a abertura do coração das pessoas entre si, seja na vida particular, que envolve a família , seja no comportamento profissional ou social, de um modo geral.
Deve-se cuidar para que não haja prevalência do personalismo, procurando-se o diálogo sincero no contexto de qualquer atividade a ser realizada, para que ali sempre impere a paz. A hora é de trabalho em conjunto, buscando-se o consenso e a harmonia, num exercício de cari­dade moral, onde a sinceridade e a humildade estejam presentes.
A propósito, conta-se que um rei estava percorrendo seu reino com um grande cortejo. De todos os lados, os súditos acorriam para contemplá-lo e saudá-lo, até que o rei reparou que um homem prosseguia em suas tarefas, numa completa indiferença.
O rei parou e disse-lhe:
- Todos olham para mim, menos você. Por que tamanha indiferença?
O homem respondeu:
- Conheci outrora um rei que morava nesta cidade. Morreu ao mesmo tempo que um mendigo e foram enterrados no mesmo dia, em túmulos diferentes, porém, próximos. Na vida, nós os reconhecíamos pelos seus corpos; na morte, por seus túmulos. Um dia, porém, veio uma tempestade e devastou o cemitério e os túmulos, misturou os ossos, e ninguém mais conseguiu distinguir o rei do mendigo.
Pensem bem, antes de querer se impor sobre os outros, porque aquele que quiser ser o maior, será rebaixado, enquanto que, o que se fizer menor, será exaltado no Reino dos Céus.

                        Vanildo Favoretto


Pensamento do dia:"Fico triste quando alguém me ofende, mas, com certeza, eu ficaria mais triste se fosse eu o ofensor. Magoar alguém é terrível!"(Chico Xavier).

terça-feira, 15 de março de 2011

     
 O DEVER


        O dever é a obrigação moral, primeiro para consigo mesmo, e depois para com os outros. O dever é a lei da vida: encontramo‑lo nos mínimos detalhes, como nos atos mais elevados. Quero falar aqui somente do dever moral, e não do que se refere às profissões.
        Na ordem dos sentimentos, o dever é muito difícil de ser cumprido, porque se encontra em antagonismo com as seduções do interesse e do coração. Suas vitórias não têm testemunhas, e suas derrotas não sofrem repressão.
        O dever íntimo do homem está entregue ao seu livre‑arbítrio: o aguilhão da consciência, esse guardião da probidade interior, o adverte e sustenta, mas ele se mostra freqüentemente impotente diante dos sofismas da paixão.
        O dever do coração, fielmente observado, eleva o homem. Mas como precisar esse dever? Onde ele começa? Onde acaba?
        O dever começa precisamente no ponto em que ameaçais a felicidade ou a tranqüilidade do vosso próximo, e termina no limite que não desejaríeis ver transposto em relação a vós mesmos.
    Deus criou todos os homens iguais para a dor; pequenos ou grandes, ignorantes ou instruídos, sofrem todos pelos mesmos motivos, a fim de que cada um pese judiciosamente o mal que pode fazer. Não existe o mesmo critério para o bem, que é infinitamente mais variado nas suas expressões. A igualdade em relação à dor é uma sublime previsão de Deus, que quer que os seus filhos, instruídos pela experiência comum, não cometam o mal desculpando‑se com a ignorância dos seus efeitos.
      O dever é o resumo prático de todas as especulações morais. É uma intrepidez da alma, que enfrenta as angústias da luta. É austero e dócil, pronto a dobrar‑se às mais diversas complicações, mas permanecendo inflexível diante de suas tentações.
  O homem que cumpre o seu dever ama a Deus mais que as criaturas, e as criaturas mais que a si mesmo; é a um só tempo, juiz e escravo na sua própria causa.
   O dever é o mais belo galardão da razão; ele nasce dela, como o filho nasce da mãe. O homem deve amar o dever, não porque ele o preserve dos males da vida, aos quais a humanidade não pode subtrair‑se, mas porque ele transmite à alma o vigor necessário ao seu desenvolvimento.
   O dever se engrandece e esplende, sob uma forma sempre mais elevada, em cada uma das etapas superiores da humanidade. A obrigação moral da criatura para com Deus jamais cessa, porque ela deve refletir as virtudes do Eterno, que não aceita um esboço imperfeito, mas deseja que a grandeza da sua obra resplandeça aos seus olhos.

                                  Extraido de "O Evangelho segundo o Espiritismo", Cap. XVII 

Pensamento do dia: " Nós só amamos, usando aquilo que já existe dentro de nós"

domingo, 13 de março de 2011

ALMA GÊMEA

            O romance "Há 2000 anos", ditado por Emmanuel, através da psicografia de Francisco Cândido Xavier, vem nos brindar com uma das mais belas páginas da literatura espírita. O trecho reproduzido abaixo, tirado da obra do mesmo nome, mostra o conflito interno de Públius Lentulus(Emmanuel), então senador de Roma, em missão na Palestina, à epoca de Jesus. O diálogo reproduzido abaixo, mostra o  coração grandioso e o amor dedicado a ele por sua esposa Lívia, que há algum tempo se tornara seguidora de Jesus, mas que amava, acima de tudo, o seu marido...

   Publius Lentulus, tomando a mão da companheira, como se buscasse um bálsamo para a alma ferida, sussurrou-lhe de mansinho:
- Lívia, és tudo que me resta neste mundo!... Nossos filhos são flores da tua alma, que os deuses nos deram para minha alegria!... Perdoa-me, querida... Há quanto tempo tenho vivido absorto e taciturno, esquecendo o teu coração sensível e carinhoso! Parece-me estar despertando agora de um sono muito doloroso e muito profundo, mas despertando com a alma receosa e oprimida. Andam-me, no íntimo, amargurados vaticínios... Temo perder-te, quando quisera encerrar-te no peito, guardando-te no coração
eternamente... Perdoa-me...
Enquanto ela o contemplava, surpresa, seus lábios sequiosos lhe cobriam as mãos de beijos ardentes. E não foram apenas os ósculos afetuosos que brotaram nesse transbordamento de carinhos. Uma lágrima lhe gotejou dos olhos cansados, misturando-se às flores da sua afeição.
- Que é isso, Públius? Choras?  exclamou Lívia, enternecida e angustiada.
- Sim! Sinto os gênios do mal cercando- me o coração e a mente. Meu íntimo está povoado de visões sombrias, prenunciando o fim da nossa felicidade; mas eu sou um homem e sou forte... Querida, não me negues a tua mão para atravessarmos juntos o caminho da vida, porque, contigo, vencerei o próprio impossível!...
Ela estremeceu em face dessas observações, que não lhe eram familiares.
Num relance, tomando ligeiramente as mãos do esposo, levou-o a um canto do terraço, onde se postou à frente de uma harpa harmoniosa e antiga, cantando baixinho, como se a sua voz, naquela noite, fosse o gorjeio de uma cotovia apunhalada:

"Alma gêmea de minh’alma,
Flor de luz da minha vida,
Sublime estrela caída
Das belezas da amplidão!...

       Quando eu errava no mundo
       Triste e só, no meu caminho,
      Chegaste devagarinho,
      E encheste-me o coração.

Vinhas na bênção dos deuses,
Na divina claridade,
Tecer-me a felicidade,
Em sorrisos de esplendor!...

        És meu tesouro infinito,
       Juro-te eterna aliança,
       Porque eu sou tua esperança,
       Como és todo o meu amor!"(*)

                 (*) Extraido do livro Há 2000 anos, psicografia de Francisco Cândido Xavier

Pensamento do dia: " Doar-se é um ato de amor que, sabiamente, se divide em bênçãos de paz e alegria para com os outros, e é capaz de multiplicar a verdadeira felicidade" (Emmanuel)