quarta-feira, 30 de maio de 2012


COBRANÇA INDEVIDA

Depois de um dia de caminhada pela mata, mestre e discípulo retornavam ao casebre, seguindo por longa estrada.
Ao passarem próximo a uma moita de samambaia, ouviram um gemido.


Verificaram e descobriram um homem caído. Estava pálido e com uma grande mancha de sangue, próxima ao coração.
Tinha sido ferido e já estava próximo da inconsciência.
Com muita dificuldade, mestre e discípulo o carregaram para o casebre rústico, onde viviam. Lá trataram do ferimento.
Uma semana depois, já restabelecido, o homem contou que havia sido assaltado e que ao reagir fora ferido por uma faca.
Disse também que conhecia seu agressor, e que não descansaria enquanto não se vingasse.
Disposto a partir, o homem disse ao sábio: “Senhor, muito lhe agradeço por ter salvado a minha vida. Tenho que partir e levo comigo a gratidão por sua bondade. Vou ao encontro daquele que me atacou e vou fazer com que ele sinta a mesma dor que senti.”
O mestre olhou fixo para o homem e disse: “Vá e faça o que deseja. Entretanto, devo informá-lo de que você me deve três mil moedas de ouro, como pagamento pelo tratamento que lhe fiz.”
O homem ficou assustado e disse: “Senhor, é muito dinheiro. Sou um trabalhador e não tenho como lhe pagar esse valor!”
Com serenidade, tornou a falar o sábio: “Se não pode pagar pelo bem que recebeu, com que direito quer cobrar o mal que lhe fizeram?”
O homem ficou confuso e o mestre concluiu: “Antes de cobrar alguma coisa, procure saber quanto você deve. Não faça cobrança pelas coisas ruins que aconteçam em sua vida, pois a vida pode lhe cobrar tudo de bom que lhe ofereceu.”
Todos os dias somos aquinhoados com centenas de bênçãos. A primeira, é a própria oportunidade de tornar a abrir os olhos no corpo físico.
Depois, a oportunidade de encher os pulmões de ar. Ar que nos é dado pela Divindade.
A bênção do alimento que nos nutre o corpo. Alimento que extraímos da terra generosa, bastando que nela plantemos a semente.
A bênção do trabalho que nos permite o desenvolvimento das nossas habilidades, o progresso, a aquisição de bens materiais que nos são necessários.
Enfim, o digno sustento próprio e dos que nos constituem responsabilidade.
A bênção da religião, que nos fortalece o espírito, dando-nos o conhecimento da existência de um Deus Pai, que dirige os nossos destinos e guarda a nossa vida.
A bênção da família, dos amigos, dos colegas, dos animais de estimação.
Cada qual a seu modo, nos oferta, a cada dia, seu carinho, sua devoção, enriquecendo as nossas horas.
Pense, enfim, nas bênçãos que todos os dias você recebe, sem esforço algum.
Você não precisa acender o sol, nem pedir a ele que apareça. Ele simplesmente vem e lhe dá calor, luz, vida.
Você não necessita acionar botão algum para que o vento amigo se manifeste nos dias de ardência. Ele simplesmente vem.
Balança o arvoredo, espanca nuvens borrascosas, limpa o céu e ainda brinca de desarrumar os seus cabelos.
Você não precisa suplicar ao botão para desabrochar. Ele arrebenta em perfume e colorido para o seu deleite.
Você não precisa suplicar aos pássaros que encham de sons o dia. Eles aparecem e brindam seus ouvidos com a variedade infinita de seus trinados e cantorias.
Por tudo isso, pense, que direito você tem de acertar contas com quem quer que seja, por algo ruim que lhe tenha feito, ante um débito tão grande para com a Divindade que tudo vê, provê, sem exigência alguma.

                                         Autoria desconhecida

Pensamento do dia: " Contratempos são como facas, que nos servem ou nos cortam, conforme as pegamos pelo cabo ou pela lâmina" (Herman Melville).

domingo, 27 de maio de 2012


O AMOR QUE FICA

Foi num hospital do câncer que essa lição foi dada. A menina tinha 11 anos e lutava, desde os 9 contra a insidiosa doença.
Nunca fraquejou. Chorava, sim, mas não fraquejava. Tinha medo em seus olhos, mas entregava o braço à enfermeira e com uma lágrima, dizia:
- Faça, tia, é preciso! E havia confiança e determinação no gesto e na fala.
Um dia, quando o médico que relatou essa história, a foi visitar no quarto do hospital, ela estava sozinha. Ele perguntou pela mãe. E ouviu a resposta que, diz ele, até hoje guarda, com profunda emoção:
- Tio, às vezes minha mãe sai do quarto para chorar escondido nos corredores. Quando eu morrer, acho que ela vai ficar com muita saudade de mim. Mas eu não tenho medo de morrer. Eu não nasci para esta vida!
Pensando no que a morte representa para crianças que assistem seus heróis morrerem e ressuscitarem nos seriados e filmes, indagou o médico:
- E o que a morte representa para você, minha querida?
- Olha, tio, quando a gente é pequena, às vezes, vamos dormir na cama do nosso pai e, no outro dia, acordamos no nosso quarto, em nossa própria cama, não é?
- É isso mesmo, concordou ele, lembrando o que fazia com suas filhas de 2 e 6 anos.
- Vou explicar o que acontece, continuou ela. Quando dormimos, nosso pai vem e nos leva nos braços para o nosso quarto.
Eu não nasci para esta vida! Um dia eu vou dormir e o Meu Pai vem me buscar. Vou acordar na casa Dele, na minha vida verdadeira.
Que bela imagem! Que extraordinária lição desse Espírito encerrado num corpo tão jovem e sofrido.
O médico estava boquiaberto, não sabia o que dizer, ante tanta sabedoria.
Mas a menina não terminara ainda.
- Minha mãe vai ficar com muitas saudades minhas - emendou ela.
Com um travo na garganta, contendo uma lágrima e um soluço, o médico perguntou:
- E o que saudade significa para você, minha querida?
- Não sabe não, tio?... Saudade é o amor que fica.


A menina já se foi, há muitos anos. Ainda hoje, quando o médico experimentado olha o céu e vê uma linda estrela, imagina ser ela, a sua pequena paciente, na sua nova e fulgurante casa. A casa do Pai.
*   *   *
Toda vez que a morte vier com seus braços frios e levar um dos nossos amores, pensemos que é o Pai que o envolve com ternura e o está levando para Sua casa.
O Pai que, com carinho, o vem buscar para estar com Ele, pois o ama muito.
E pensemos que logo mais poderemos ir também, pois todos os que nos encontramos na Terra seremos levados pelo Pai ao mundo espiritual.
Enquanto isso, cultivemos a doçura da saudade em nosso coração.
A saudade... O amor dos nossos amores que ficou...

                                               Redação do Momento Espírita

Pensamento do dia: " Quando imaginamos que tudo está perdido é que devemos acreditar e confiar na Providência Divina. Deus está sempre presente em nossas vidas" (Autor desconhecido).

quarta-feira, 23 de maio de 2012


PEQUENAS ATENÇÕES 

                Meu nome é Paul Semler e quando eu era criança, meu pai comprou um dos primeiros telefones da vizinhança. Lembro-me bem daquele velho aparelho preto, em forma de caixa, bem polido, afixado à parede. O receptor brilhante pendia ao lado da caixa.
           Eu ainda era muito pequeno para alcançar o telefone, mas costumava ouvir e ver minha mãe enquanto ela o usava, e ficava fascinado com a cena!

        Então descobri que em algum lugar dentro daquele maravilhoso aparelho existia uma pessoa maravilhosa - o nome dela era "informação, por favor" e não havia coisa alguma que ela não soubesse . "Informação, por favor" poderia fornecer o número de qualquer pessoa e até a hora certa.
            Minha primeira experiência pessoal com esse "gênio da lâmpada" aconteceu num dia em que minha mãe foi na casa do vizinho. Divertindo-me bastante, mexendo nas coisas da caixa de ferramentas no porão, machuquei meu polegar com um martelo. A dor foi horrível, mas não parecia haver qualquer razão para chorar, porque eu estava sozinho em casa e não tinha ninguém para me consolar. Eu comecei a andar pelo porão, chupando meu dedão que pulsava de dor, chegando finalmente à escada e subindo-a.
            Então, lembrei-me: - o telefone! Rapidamente peguei uma cadeira na sala de visitas e usei-a para alcançar o telefone. Desenganchei o receptor, segurei-o próximo ao ouvido como via minha mãe fazer e disse:
            "Informação, por favor!", com o bocal na altura da minha cabeça.
            Alguns segundos depois, uma voz suave e bem clara falou ao meu ouvido: "Informação."
        Então, choramingando, eu disse: "Eu machuquei o meu dedo..."
            Agora que eu tinha platéia, as lágrimas começaram a rolar sobre o meu rosto.
            "Sua mãe não está em casa?", veio a pergunta.
            "Ninguém está em casa a não ser eu", falei chorando.
            "Você está sangrando?" Ela perguntou.
          "Não." Eu respondi. "Machuquei o meu dedão com o martelo e está doendo muito!"
             Então a voz suave, do outro lado falou: "Você pode ir até a geladeira?"
             Eu disse que sim. Ela continuou com muita calma:
            "Então, pegue uma pedra de gelo e fique segurando firme sobre o dedo."
      E a coisa funcionou! Depois do ocorrido, eu chamava "Informação, por favor", para qualquer coisa. Pedia ajuda nas tarefas de geografia da escola e ela me dizia onde Filadélfia se localizava no mapa. Ajudava-me nas tarefas de matemática. Ela me orientou sobre qual tipo de comida eu poderia dar ao filhote de esquilo que eu peguei no parque para criar como bichinho de estimação.
        Houve também o dia em que Pete, nosso canário de estimação, morreu. Eu chamei "Informação, por favor" e contei-lhe a triste estória. Ela ouviu atentamente, então falou-me palavras de conforto que os adultos costumam dizer para consolar uma criança.
            Mas eu estava inconsolável naquele dia e perguntei-lhe:
            "Por que é que os passarinhos cantam de maneira tão bela, dão tanta alegria com sua beleza para tantas famílias e terminam suas vidas como um monte de penas numa gaiola?"
            Ela deve ter sentido minha profunda tristeza e preocupação pelo fato de haver-me dito calmamente:
            "Paul, lembre-se sempre de que existe outros mundos onde se pode cantar!"
            Não sei porquê mas me senti bem melhor.
            Numa outra ocasião, eu estava ao telefone: "Informação, por favor".
            "Informação," disse a já familiar e suave voz.
            "Como se soletra a palavra consertar?" Perguntei.
            Tudo isso aconteceu numa pequena cidade da costa oeste dos Estados Unidos.
            Quando eu estava com 9 anos, nos mudamos para Boston, na costa leste.
           Eu senti muitas saudades da minha voz amiga!  "Informação, por favor", que pertencia àquela caixa de madeira preta afixada na parede de nossa outra casa; e eu nunca pensei em tentar a mesma experiência com o novo telefone diferente que ficava sobre a mesa, na sala de nossa nova casa. Mesmo já na adolescência, as lembranças daquelas conversas de infância com aquela suave e atenciosa voz nunca saíram de minha cabeça.
      Com certa freqüência, em momentos de dúvidas e perplexidade, eu lembrava daquele sentimento sereno de segurança que me era transmitido pela voz amiga que gastou tanto tempo com um simples garotinho.
           Alguns anos mais tarde, quando eu viajava para a costa oeste a fim de iniciar meus estudos universitários, o avião pousou em Seattle, região onde eu morava quando criança, para que eu pegasse um outro e seguisse viagem. Eu tinha cerca de meia hora até que o outro avião decolasse.
            Passei então uns 15 minutos ao telefone, conversando com minha irmã que na época estava morando lá. Então sem pensar no que estava exatamente fazendo, eu disquei para a telefonista e disse: "Informação, por favor".
            De um modo milagroso, eu ouvi a suave e clara voz que eu tão bem conhecia! "Informação."
          Eu não havia planejado isso, mas ouvi a mim mesmo dizendo: "Você poderia me dizer como se soletra a palavra consertar?"
            Houve uma longa pausa. Então ouvi a tão suave e atenciosa voz responder:
            "Espero que seu dedo já esteja bem sarado agora!"
            Eu ri satisfeito e disse:
        "Então, ainda é realmente você? Eu fico pensando se você tem a mínima idéia do quanto você significou para mim durante todo aquele tempo de minha infância!"
          Ela disse: "E eu fico imaginando se você sabe o quanto foram importantes para mim as suas ligações!" E continuou: 
      "Eu nunca tive filhos e ficava aguardando ansiosamente por suas ligações."
       Então, eu disse pra ela que muito freqüentemente eu pensava nela durante todos esses anos e perguntei-lhe se poderia lhe telefonar, novamente, quando eu fosse visitar minha irmã.
            "Por favor, telefone sim! É só chamar por Sally."
        Três meses depois voltei a Seattle. Uma voz diferente atendeu: "Informação".
          Eu perguntei por Sally.
          "Você é um amigo?" Ela perguntou.
          "Sim, um velho amigo." Respondi.
       Ela disse: "Sinto muito em dizer-lhe isto, mas Sally esteve trabalhando só meio período nos últimos anos porque estava adoentada. Ela morreu há um mês."
       Antes que eu desligasse, ela disse: "Espere um pouco. Seu nome é Paul?"
           "Sim" Respondi.
       "Bem, Sally deixou uma mensagem para você. Ela deixou escrita caso você ligasse. Deixe-me ler para você."
       A mensagem dizia: "Diga para ele que eu ainda continuo dizendo que existem outros mundos onde podemos cantar. Ele vai entender o que eu quero dizer."
         Eu agradeci emocionado e muito tristemente, com lágrimas nos olhos, desliguei o telefone.
            Sim, eu sabia muito bem o que Sally queria dizer.

Pensamento do dia: " Seja feliz e espalhe felicidade. Por onde quer que ande, deixe marcas de saudade" (Autoria desconhecida).

domingo, 20 de maio de 2012


A FORMAÇÃO MORAL

Meus queridos irmãos, minhas queridas irmãs,

            Cordialidade, bondade, honestidade, parecem virtudes em extinção, ao menos, do ponto de vista da maioria dos irmãos encarnados.
            É compreensível que assim seja, uma vez que o orgulho e o egoísmo se acham presentes no altar dos desejos, onde são imoladas a ambição, a cobiça e a desonestidade em todos os níveis.
            A opinião em vigor nessas criaturas que assim agem, é que, aquele que se comporta corretamente pode ser considerado tolo. Assim, a postura honesta, de acordo com os preceitos morais, do amar-nos uns aos outros, deve ser deixada de lado, em favor do aproveitamento de todas as oportunidades que apareçam, não importando, se por meios lícitos ou não, se resultam ou não em lesões físicas ou morais em seu semelhante.
            É lastimável, meus irmãos e minhas irmãs, mesmo porque essa situação está hoje bastante generalizada.
            Gostaria de relembrar a todos que, em todos os tempos da história da Humanidade, quando os valores morais de um povo se degeneraram, isso significou sempre, o declínio ou decadência desses mesmos povos, e foi, dessa forma que os grandes impérios ruíram.
            Acautelem-se, pois, meus queridos irmãos e irmãs, porque os sinais de decadência dos homens nem sempre são visíveis, a curto prazo. O desfecho desse comportamento individual, ou grupal, somente se revelará, quando a situação já estiver bastante comprometida e a epidemia do mal estiver alastrada.
            Assim sendo, os princípios basilares do Evangelho não devem,jamais, ser negligenciados. Somente com base nos ensinamentos do Mestre, o homem poderá progredir, física e espiritualmente.
            O homem com sua ganância, sua ambição, poderá revelar, apenas, um progresso ilusório, do ponto de vista material, porém, se seus valores morais forem esquecidos, mais cedo ou mais tarde, esse pseudo-progresso alcançado se mostrará comprometido.
            Nada que deva ser revelado ou descoberto ficará oculto ou obscurecido. A verdade sempre deverá prevalecer, mesmo que muitos dos homens acreditem que a mentira e a falsidade podem ser eternizadas.
            O altar erigido a Mamon e aos vícios e defeitos graves, oriundos do orgulho e do egoísmo vão ruir. Aquele que nele permanecer deverá ser levado de roldão e arrastado pela corrente da vergonha, do descrédito e da desmoralização, e o que é mais grave, comprometerá sua caminhada espiritual.
            Nessa mudança dos tempos, maiores devem ser os cuidados, quando a presença ao redor da Crosta, de muitos irmãozinhos que se mantém à margem da Lei Divina, continuam influenciando, maldosamente, os irmãos encarnados.
            Para isso, procurem sempre o sentido da razão. Se, do ponto de vista do egoísmo e da ambição vocês crêem que conseguirão progredir, apenas desenvolvendo o TER, não se esqueçam que toda a orientação que receberam através do Evangelho, recomenda-lhes que trabalharem, preferencialmente, o SER.
            Meus irmãos e minhas irmãs...desejo terminar recomendando a todos que não se sintam acanhados ou inibidos, quando se defrontarem com a oportunidade de falsearem com a verdade, de escolherem o mal ao invés do bem, para satisfazer a opinião da turba contaminada e estimulada pelo poder temporal. O próprio nome já define – ele não durará para sempre.
            Para sempre ficarão, somente, os resultados obtidos com honestidade, as colheitas resultantes da boa semeadura.
            Não se acanhem, nem se intimidem quando desejarem seguir o Mestre. Lembrem-se, do que afirmou o próprio Jesus:” Aquele que se envergonhar de Mim, Eu também me envergonharei dele diante do Pai.”
            Deus nosso Pai os abençoe. Recebam todos o afeto dessa humilde serva do Senhor.

                                                                       Irmã Ester 

          Mensagem psicografada, recebida no Centro Espírita Bezerra de Menezes

Pensamento do dia: " Quase sempre, o que pensamos ser o nosso direito, não passa de algo que deixamos de fazer. Os verdadeiros direitos são aqueles resultantes dos deveres cumpridos" (Autoria desconhecida).

quinta-feira, 17 de maio de 2012


SER ESPÍRITA

O que é ser espírita?
Ser espírita não é ser nenhum religioso; é ser cristão. 
Não é ostentar uma crença; é vivenciar a fé sincera. 
Não é ter uma religião especial; é deter uma grave responsabilidade.
Não é superar o próximo; é superar a si mesmo. 
Não é construir templos de pedra; é transformar o coração em templo eterno.
Ser espírita não é apenas aceitar a reencarnação; é compreendê-la como manifestação da Justiça Divina e caminho natural para a perfeição. 
Não é só comunicar-se com os Espíritos, porque todos indistintamente se comunicam, mesmo sem o saber; é comunicar-se com os bons Espíritos para se melhorar e ajudar os outros a se melhorarem também.
Ser espírita não é apenas consumir as obras espíritas para obter conhecimento e cultura; é transformar os livros, suas mensagens, em lições vivas para a própria mudança. 
Ser sem vivenciar é o mesmo que dizer sem fazer.
Ser espírita não é internar-se no Centro Espírita, fugindo do mundo para não ser tentado; é conviver com todas as situações lá fora, sem alterar-se como espírita, como cristão. 
O espírita consciente é espírita no templo, em casa, na rua, no trânsito, na fila, ao telefone, sozinho ou no meio da multidão, na alegria e na dor, na saúde e na doença.
Ser espírita não é ser diferente; é ser exatamente igual a todos, porque todos são iguais perante Deus. 
Não é mostrar-se que é bom; é provar a si próprio que se esforça para ser bom, porque ser bom deve ser um estado normal do homem consciente. 
Anormal é não ser bom.
Ser espírita não é curar ninguém; é contribuir para que alguém trabalhe a sua própria cura. 
Não é tornar o doente um dependente dos supostos poderes dos outros; é ensinar-lhe a confiar nos poderes de Deus e nos seus próprios poderes que estão na sua vontade sincera e perseverante.
Ser espírita não é consolar-se em receber; é confortar-se em dar, porque pelas leis naturais da vida, "é mais bem aventurado dar do que receber". 
Não é esperar que Deus desça até onde nós estamos; é subir ao encontro de Deus, elevando-se moralmente e esforçando-se para melhorar sempre.
Isto é ser espírita.
Com as bênçãos de Jesus, nosso Mestre.
"Aprendendo a lidar com as crises" 
” Deus nos concede, a cada dia, uma página de vida nova no livro do tempo. Aquilo que colocamos nela, corre por nossa conta“. 

                                                            Chico Xavier

Pensamento do dia: " Ser forte é irradiar felicidade quando se é infeliz; é manter-se calmo no momento de desespero; é consolar quando se precisa de consolo e é sorrir quando a vontade é de chorar " (Autoria Desconhecida). 

sexta-feira, 11 de maio de 2012


AJUDANDO A CHORAR


Elisângela saiu de casa, no ho­rário habitual, para buscar sua filha Raquel na escola. Era uma linda garota de seis anos, doce e amorosa, que se convertera na luz daquele lar.
Parando o carro em frente ao prédio, como sempre fazia, a mãe buzinou cinco vezes, como era de costume. Aquilo era um código en­tre ambas, e a filha, tão logo iden­tificava os sons, saia, festiva, para encontrar os beijos maternos e re­tornar para o ninho doméstico.
No entanto, naquele dia, Raquel não saiu. Elisângela buzinou novamen­te, mas a menina não saia. Avistando uma funcionaria na porta da escola, pediu-lhe o favor de procurar a filha, no que foi prontamente atendida.
Passados alguns minutos, a pe­quenina era trazida, guiada pela mão esquerda, enquanto a direita era utilizada para enxugar grossas lagrimas que teimavam em cair de seus olhos.
Chegando ao carro, abraçou-se à mãe e continuou o seu choro. Eli­sângela, acolhendo a filha e com ca­rinho, perguntou se ela tinha caído, se machucado; queria, enfim, saber o que estava acontecendo.
Raquel, com os olhos ainda ma­rejados, respondeu:
- Sabe, mamãe, a Joaninha? Pois é! A boneca dela quebrou. Era a bo­neca mais querida dela, mamãe!
- Ah, filhinha, foi mesmo?
- Foi, mamãe, foi. Aí eu demo­rei tanto assim, porque estava lá, aju­dando ela.
Ouvindo aquelas palavras, Eli­sângela perguntou:
- Quer dizer que você estava aju­dando sua amiguinha a consertar a boneca?
Registrando a pergunta e pen­sando por um momento, a menina respondeu:
- Não, mãezinha. A boneca que­brou de vez, não tem jeito.
E, num jeito de olhar bem carac­terístico, fitou a mãe e completou:
- Eu estava ajudando ela a chorar...
Nesse momento, nos recordamos de Jesus, quando nos ensinou que precisamos ser como as crianças, se quisermos alcançar o reino dos Céus.
A pureza dos sentimentos e das iniciativas desses 'pedacinhos de gente' nos revelam lições que os li­vros e os discursos mais eloqüentes nem sempre conseguem comover nossos corações.
Quando vemos um irmão em dor, em sofrimento, costumamos recomendá-lo a resistir, a que tenha resignação e que compreenda que tudo aquilo pos­sui uma causa, não havendo, portanto, a injustiça Divina.
Ocorre que, em algumas circuns­tâncias, tais pessoas que nos procu­ram, não necessitam de sermões lon­gos e exaustivos, nem estão, no momento, em condições de raciocinar sobre nossa preleção. Eles carecem, apenas, de que reconheçamos e possamos ter suficiente sensibi­lidade para, sintonizados com suas dores, podermos, simplesmente, "ajudar a chorar".

        Publicado no jornal Correio Fraterno, março-abril de 2012

Pensamento do dia: " Nosso coração sente muito mais rapidamente aquilo que nossa mente custa a descobrir" (Autor desconhecido).

segunda-feira, 7 de maio de 2012


KARDEC JÁ PREVIA


            Kardec afirma que ser espírita não é apenas uma questão de crença, mas de caráter também, embora reconheça que aqueles que ele chama de espíritas - cristãos ou verdadeiros espíritas, possam não conseguir viver em plenitude a ética espírita, cometendo erros, mas, que procuram se esforçar para torná-la uma prática cotidiana. Ele parafraseia sua própria afirmativa de efeito, explicando: “Fora da caridade não há verdadeiros espíritas.”
         Além disso, Kardec apresenta aos novos espíritas, uma síntese dos princípios da moral que a Doutrina ensina:
·        Amai-vos uns aos outros.
·        Perdoai os vossos inimigos.
·        Retribui o mal com o bem.
·        Não ter ira, rancor, animosidade, inveja ou ciúme.
·        Ser severos consigo mesmos e indulgentes para com os outros.
Segundo ele, a animosidade, mesmo no meio espírita, se deve ao fato do espírito encarnado ainda se encontrar em processo de educação, tendo ainda, impulsos de difícil controle.
Quanto à mediunidade, alerta para o perigo da “mediunidade paga”, entendendo-se aqui, a adoção da obrigatoriedade no pagamento de mensalidades para funcionamento das sociedades e para o atendimento dos freqüentadores. É fato que o Centro tem suas despesas mensais, mas seria mais correto, uma cobrança que não é imposta, que respeita os que não podem pagar e que possibilita o exercício mediúnico e que, certamente, não remunerará nenhum médium por sua faculdade.
O orgulho, como consta em “O Livro dos Médiuns” faz muitas vítimas, principalmente, entre os médiuns. É grave o fato de muitos que se dizem espíritas, se utilizem do espiritismo para se promoverem. Não se trata da promoção do trabalho espírita ou da doutrina espírita, mas da própria personalidade. Estes o fazem sem interesses econômicos, mas como uma forma compensatória para os insucessos da vida pessoal ou profissional.
Médiuns fascinados por espíritos (e por seu próprio ego-animismo extremo), também são comentados pelo insigne codificador. Esses acreditam que tudo que lhes sai da boca ou que escrevem é sublime e correto, sem necessidade de avaliação. Trata-se da existência de médiuns fascinados, que acreditam em tudo o que lhes é transmitido, passando assim, a ser vítimas de sua própria faculdade mediúnica.
Já naquela época, Kardec alertava para as “suscetibilidades excessivas”, que costumam ser tratadas por melindres, que faziam e resultam até hoje, em “baixas” nas sociedades espíritas.
Finalmente, o ilustre mestre lionês, alerta para os que lançam calúnias nos grupos ou mesmo na sociedade, que colocam pessoas em posições comprometedoras, espalhando a descrença e a discórdia, até sem o perceber.
Como se pode inferir, em 1862 essas questões já eram preocupantes, sob a ótica de Kardec e como podemos observar, parecem que persistem até hoje.

         Extraído do livro “Viagem Espírita em 1862”, de Allan Kardec

Pensamento do dia : "As relações dos espíritos com os homens são constantes. Os bons espíritos nos atraem para o bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação. Os maus nos impelem para o mal e com isso se comprazem" (Allan Kardec).

terça-feira, 1 de maio de 2012


A CIVILIZAÇÃO DO FUTURO

Do final do século XIX aos dias atuais, houve um grande avanço tecnológico. Isso ninguém pode contestar.
O homem venceu os espaços e chegou à lua...
Construiu máquinas capazes de vencer as distâncias entre os continentes, entre as nações.
Descobriu a cura de enfermidades até então tidas como incuráveis. Conseguiu erradicar da face da Terra doenças que dizimavam vidas.
Embora todo o progresso tecnológico conseguido e apesar da possibilidade de comunicação instantânea, o homem não logrou sequer minimizar a saudade, preencher a solidão, acalmar a ansiedade, evitar a dor, a doença e a morte.
Conquanto a humanidade avance a passos largos na conquista de melhores condições de vida, de descobertas científicas, de aperfeiçoamento na produção de alimentos, vestuário, e outras tantas conquistas, não consegue deter a onda de violência que apavora os seres.
Não consegue erradicar o preconceito do coração do homem, a revolta dos povos vencidos, as catástrofes de toda ordem que assolam as nações.
É de nos perguntarmos: por quê?
Por que tanta miséria moral, diante de tantas conquistas intelectuais?
A resposta é simples. Os Benfeitores da humanidade esclarecem em “O Livro dos Espíritos”, que o progresso intelectual engendra o progresso moral, mas que o moral nem sempre o segue imediatamente.
É preciso que os povos se tornem civilizados, e não apenas povos esclarecidos.
Na busca desenfreada por melhores condições de vida, no campo material, o homem esqueceu de voltar sua atenção para ele mesmo, enquanto figura principal dessa engenharia toda.
São importantes as conquistas intelectuais, porque as morais devem vir depois.
Homens intelectualmente desenvolvidos, podem melhor compreender o bem e o mal e optar pelo bem. Basta que uma virtude brote nos corações: a piedade, que é o embrião da caridade. Quando o homem se detiver diante do sofrimento alheio e lutar por solucioná-lo, descobrirá naturalmente o caminho que o conduzirá à felicidade.
Essa é a orientação espírita. Só lograremos a nossa própria felicidade, fomentando a felicidade do próximo.
Se somos todos irmãos, não podemos admitir que sejamos felizes, vendo os demais padecendo fome e frio, sem possibilidades de educação, de crescimento, de um lugar ao sol.
Numa sociedade verdadeiramente civilizada todos terão, pelo menos, o necessário para viver.
E numa sociedade moralizada todos seremos amparados e, solidários, venceremos a solidão, a ansiedade, a dor... Porque vencidas serão as distâncias que separam os seres e os infelicitam.
***
Lembre-se que a inteligência é poderoso instrumento para fomentar o progresso da Humanidade. Deus quer que as pessoas inteligentes usem-na para o bem de todos e não para esmagar os mais fracos.
E por mais inteligente que seja o homem, seu saber tem limites muito estreitos e restritos ao nosso planeta. Por esse motivo ninguém tem o direito de envaidecer-se de sua inteligência, pois a Terra representa um grão de areia diante do Universo infinito. 
                            
                                     do site Momento Espírita

Pensamento do dia: " Com a simplicidade da sabedoria autêntica, Jesus nos ensina que o amor e a verdade são as bases de construção de uma verdadeira civilização, a partir do empenho em compreender qual é a vontade de Deus" (Autoria desconhecida).