POR QUE SER ESPÍRITA?
Ser espírita é para pessoas realmente fortes, ou seja, para pessoas que estão cansadas dos enganos e frustrações decorrentes das ilusões da vida material. Indivíduos que “acordaram” para a importância da dimensão espiritual em suas vidas; pessoas, enfim, que estão dispostas a vencer as suas imperfeições milenares. Mas, tudo isso requer coragem, pois a abordagem espírita prescreve remédios muito amargos que poucos conseguem aceitar.
Muitos procuram ajuda no Centro Espírita, muitas vezes apresentando problemas complexos, porém, eles não conseguem sequer ter a disciplina necessária para concluir um tratamento tradicional à base de passes, preleção evangélica, água fluidificada e oração?
Quantos chegam displicentemente atrasados e não se preocupam em ouvir os temas e lições indispensáveis ao seu próprio refazimento espiritual porque "algo mais importante” justificou aquele atraso.
Fazer o Evangelho no lar? Deduzimos que tal prática é adotada por uma minoria, embora as orientações sejam claras, quanto à eficácia dos resultados que podem ser alcançados, tendo em vista o equilíbrio do ambiente em que vivem.
Muitos não conseguem ficar com os olhos abertos, por meia hora, para ouvirem uma exposição do Evangelho que poderia lhes ser de grande utilidade. Parece que esse “sono inexplicável” vence a muitos, tanto nos trabalhos noturnos, como tambem nas reuniões da tarde.
Quantos renunciam à oportunidade de adquirir novos conhecimentos, por meio da leitura edificante, limitando-se apenas ao aprendizado nos dias de exposição na Casa. Entender, então, sobre a necessidade de estudo, que todas as Casas Espíritas oferecem, nem pensar.
Pode-se, também, mencionar aqueles que, talvez influenciados por outros credos, comparecem às Casas Espiritas, imaginando uma relação de troca, do tipo eu freqüento o Centro, sistematicamente, e vocês resolvem os meus problemas.
Compreende-se, assim, porque Chico Xavier assim se pronunciasse, a respeito do desafio de se abraçar o Espiritismo: "Aderir à Doutrina Espirita não significa engrossar as fileiras de seus adeptos, mas, sim, vivenciar-lhe os postulados, na convivência com os irmãos de todas as crenças". Realmente, há uma clara distinção entre ser simpatizante de uma religião e, efetivamente, professá-la.
Emmanuel, no prefácio da obra “Mecanismos da Mediunidade”, afirma: "Sem noção de responsabilidade, sem devoção à pratica do bem, sem amor ao estudo e sem esforço perseverante em nosso proprio burilamento moral, é impraticavel a peregrinação libertadora para os Altos da Vida ".
Reconhecemos que viver os ensinamentos espiritas é extremamente dificil. Enterrar o conhecimento e as práticas arcaicas que prevalecem em nós e abrir espaço para a nossa espiritualização requer esforços penosos, que poucos estão, de fato, empenhados em realizar. Ser espirita é ter a vontade de olhar para a própria alma, todos os dias, e, sem usar de subterfúgios, encarar os seus defeitos e erros. Ter coragem de assumir um autocompromisso de avançar, a cada dia mais, nas dimensões que envolvem o seu comportamento ético-moral, o sentimental, o emocional e o espiritual.
Ser espirita é lutar para participar, intensamente, da obra divina. Ser espírita é ter acesso a um nivel de conhecimento que brota da fonte mais pura, que é o Evangelho de Jesus, e que, por isso mesmo, dá mais responsabilidade ao seu detentor. Desse modo, ser espirita é ter a consciencia de que o saber,que a maioria ainda desconhece, poderá lhe favorecer na sua caminhada em direção às verdades divinas.
O Espirito Lucius, no livro "Herdeiros do Novo Mundo", nos esclarece: "A maioria dos seres encarnados está vivendo como se a vida não fosse algo sério e decisivo para a modelagem dos próprios destinos. Transformam a religião em um meio fácil de limpar a consciência, sem pagarem pelos erros cometidos, de conseguir vantajosas condições materiais, sem que realizem esforços, de atingir zonas celestiais, sem qualquer esforço, de purificação, como se o paraiso admitisse estelionatários falando de virtudes, devassos censurando outros pecadores, mesquinhos e caluniadores, falando em nome do Evangelho".
Pode-se concluir, portanto, que se o Espiritismo ainda não penetrou no coração humano é porque o ser encarnado não deseja, no momento, a sua transformação, preferindo sofrer as consequências dos seus atos, a conhecer as causas de seus infortúnios.
Pensamento do dia: " O verdadeiro espírita trabalha pelo próprio adiantamento moral, esforça-se por vencer as más inclinações, é menos egoísta e menos orgulhoso, mais dócil, mais humilde, mais paciente, mais benevolente, mais caridoso para com o próximo e mais moderado em todas as coisas" (Allan Kardec).
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