segunda-feira, 7 de maio de 2012


KARDEC JÁ PREVIA


            Kardec afirma que ser espírita não é apenas uma questão de crença, mas de caráter também, embora reconheça que aqueles que ele chama de espíritas - cristãos ou verdadeiros espíritas, possam não conseguir viver em plenitude a ética espírita, cometendo erros, mas, que procuram se esforçar para torná-la uma prática cotidiana. Ele parafraseia sua própria afirmativa de efeito, explicando: “Fora da caridade não há verdadeiros espíritas.”
         Além disso, Kardec apresenta aos novos espíritas, uma síntese dos princípios da moral que a Doutrina ensina:
·        Amai-vos uns aos outros.
·        Perdoai os vossos inimigos.
·        Retribui o mal com o bem.
·        Não ter ira, rancor, animosidade, inveja ou ciúme.
·        Ser severos consigo mesmos e indulgentes para com os outros.
Segundo ele, a animosidade, mesmo no meio espírita, se deve ao fato do espírito encarnado ainda se encontrar em processo de educação, tendo ainda, impulsos de difícil controle.
Quanto à mediunidade, alerta para o perigo da “mediunidade paga”, entendendo-se aqui, a adoção da obrigatoriedade no pagamento de mensalidades para funcionamento das sociedades e para o atendimento dos freqüentadores. É fato que o Centro tem suas despesas mensais, mas seria mais correto, uma cobrança que não é imposta, que respeita os que não podem pagar e que possibilita o exercício mediúnico e que, certamente, não remunerará nenhum médium por sua faculdade.
O orgulho, como consta em “O Livro dos Médiuns” faz muitas vítimas, principalmente, entre os médiuns. É grave o fato de muitos que se dizem espíritas, se utilizem do espiritismo para se promoverem. Não se trata da promoção do trabalho espírita ou da doutrina espírita, mas da própria personalidade. Estes o fazem sem interesses econômicos, mas como uma forma compensatória para os insucessos da vida pessoal ou profissional.
Médiuns fascinados por espíritos (e por seu próprio ego-animismo extremo), também são comentados pelo insigne codificador. Esses acreditam que tudo que lhes sai da boca ou que escrevem é sublime e correto, sem necessidade de avaliação. Trata-se da existência de médiuns fascinados, que acreditam em tudo o que lhes é transmitido, passando assim, a ser vítimas de sua própria faculdade mediúnica.
Já naquela época, Kardec alertava para as “suscetibilidades excessivas”, que costumam ser tratadas por melindres, que faziam e resultam até hoje, em “baixas” nas sociedades espíritas.
Finalmente, o ilustre mestre lionês, alerta para os que lançam calúnias nos grupos ou mesmo na sociedade, que colocam pessoas em posições comprometedoras, espalhando a descrença e a discórdia, até sem o perceber.
Como se pode inferir, em 1862 essas questões já eram preocupantes, sob a ótica de Kardec e como podemos observar, parecem que persistem até hoje.

         Extraído do livro “Viagem Espírita em 1862”, de Allan Kardec

Pensamento do dia : "As relações dos espíritos com os homens são constantes. Os bons espíritos nos atraem para o bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação. Os maus nos impelem para o mal e com isso se comprazem" (Allan Kardec).

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