KARDEC JÁ PREVIA
Kardec afirma
que ser espírita não é apenas uma questão de crença, mas de caráter também,
embora reconheça que aqueles que ele chama de espíritas - cristãos ou
verdadeiros espíritas, possam não conseguir viver em plenitude a ética espírita,
cometendo erros, mas, que procuram se esforçar para torná-la uma prática cotidiana.
Ele parafraseia sua própria afirmativa de efeito, explicando: “Fora da caridade
não há verdadeiros espíritas.”
Além disso,
Kardec apresenta aos novos espíritas, uma síntese dos princípios da moral que a
Doutrina ensina:
·
Amai-vos
uns aos outros.
·
Perdoai
os vossos inimigos.
·
Retribui
o mal com o bem.
·
Não
ter ira, rancor, animosidade, inveja ou ciúme.
·
Ser
severos consigo mesmos e indulgentes para com os outros.
Segundo ele, a animosidade, mesmo no
meio espírita, se deve ao fato do espírito encarnado ainda se encontrar em
processo de educação, tendo ainda, impulsos de difícil controle.
Quanto à mediunidade, alerta para o
perigo da “mediunidade paga”, entendendo-se aqui, a adoção da obrigatoriedade
no pagamento de mensalidades para funcionamento das sociedades e para o
atendimento dos freqüentadores. É fato que o Centro tem suas despesas mensais,
mas seria mais correto, uma cobrança que não é imposta, que respeita os que não
podem pagar e que possibilita o exercício mediúnico e que, certamente, não
remunerará nenhum médium por sua faculdade.
O orgulho, como consta em “O Livro
dos Médiuns” faz muitas vítimas, principalmente, entre os médiuns. É grave o
fato de muitos que se dizem espíritas, se utilizem do espiritismo para se
promoverem. Não se trata da promoção do trabalho espírita ou da doutrina
espírita, mas da própria personalidade. Estes o fazem sem interesses
econômicos, mas como uma forma compensatória para os insucessos da vida pessoal
ou profissional.
Médiuns fascinados por espíritos (e
por seu próprio ego-animismo extremo), também são comentados pelo insigne
codificador. Esses acreditam que tudo que lhes sai da boca ou que escrevem é
sublime e correto, sem necessidade de avaliação. Trata-se da existência de
médiuns fascinados, que acreditam em tudo o que lhes é transmitido, passando
assim, a ser vítimas de sua própria faculdade mediúnica.
Já naquela época, Kardec alertava
para as “suscetibilidades excessivas”, que costumam ser tratadas por melindres,
que faziam e resultam até hoje, em “baixas” nas sociedades espíritas.
Finalmente, o ilustre mestre lionês,
alerta para os que lançam calúnias nos grupos ou mesmo na sociedade, que
colocam pessoas em posições comprometedoras, espalhando a descrença e a
discórdia, até sem o perceber.
Como se pode inferir, em 1862 essas
questões já eram preocupantes, sob a ótica de Kardec e como podemos observar,
parecem que persistem até hoje.
Extraído do livro “Viagem Espírita em 1862”, de Allan Kardec
Pensamento do dia : "As relações dos espíritos com os homens são constantes. Os bons espíritos nos atraem para o bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação. Os maus nos impelem para o mal e com isso se comprazem" (Allan Kardec).
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